``EUA para os negócios, França para o amor´´
No filme
A Datilógrafa (2012), de Régis Roinsard, Rose Pamphyle (Déborah Fraçois), uma típica garota provinciana, atrelada aos moldes paternalistas, figura a mulher dos antigos valores femininos.
Ao descobrir seu talento pela datilografia, Louis Échard (Romain Duris) ,um assegurador, contrata-a para o serviço de secretária. Com o intuito de por Rose em grandes competições, almejando céus maiores para a simples garota.
Com certeza um cinema à Jacques Demy e Blake Edwards. As cores, a música, a trama bem amarrada em artifícios simples, mas com peculiaridades que afloram-se em belezas únicas.
Os idos de 1958/59 o comportamento da época e refletido em esferas da propaganda, do estilo de vida importado dos EUA, como roupas e a música.
Rose tem um pouco de
Madame Bovary, de Gustave Flaubert, um dos livros seus de treinamento de datilografia. Tem o universo de seus sentimentos ao antigo mundo burguês dicotômico ao do mundo dos sentimentos. A graça do filme é transpor esses valores ao mundo capitalista.
Como disse Rose o que se esperar de um homem.Que todos tratem ela como igual e ser amada. Mas no cenário da inserção da mulher comum ao mercado de trabalho na década de 50, é de se esperar vôos mais rasos em relação aos seus direitos e de suas relações amorosas. Alguns devem achar um absurdo o filme colocar como ideário feminino, a datilografia, mas tanto era uma realidade na época como ecoa nos dias de hoje.
A competição de Échard, o controle sobre a figura feminina, quase sexual ao tentar controlar Rose, serve de incentivo a ele investir fundo na competição e de sua atleta, Pamphyle.
Posteriormente veremos a figura paterna de Échard, autoritário e exigente demais como influência de seu comportamento. São formassem traumas impedindo-o de formar sua visão de mundo. A metáfora de sua casa, arcaica e antiga, seriam os valores paternos os quais recaiam sobre Louis. Posteriormente Échard
percebe seu erro, e admite sua dependência ao amor, deixando valores como o poder de sua concepção.
O paradigma da competição é adentrar a mulher ao mundo capitalista no pós-guerra, que banaliza as relações amorosas, mercantiliza seus talentos, hierarquiza os seres humanos e descarta os menos aptos. As mulheres primeiramente se tornaram subprodutos da subserviência, atrelado a visão da ``mulher moderna´´, que deveria servir o business man, e sonhar em ocupar o posto de seus amantes e quem sabe esposas. Rose compete, vence os obstáculos do cerne da promiscuidade de valores como a competição, a sociedade do espetáculo e a ganância, pelo amor a Louis. Na competição entre amor e negócios, França e EUA. A terra do amor acaba vencendo.