quarta-feira, 25 de setembro de 2013

The Gros Rouge Observer: Discos novos de Paul McCartney, Marcelo Jeneci e Rodrigo Amarante


Paul McCartney divulgou hoje a imagem da capa de seu novo disco, intitulado "new".



O disco que tem lançamento previsto para o dia 14 de outubro no Reino Unido, é o 16º do músico em carreira solo. Desde 2007 Paul não lançava trabalho inédito.

Confira o primeiro single do álbum "New" e abaixo as faixa dos novo disco.



01 - Save Us
02 - Alligator
03 - On My Way To Work
04 - Queenie Eye
05 - Early Day
06 - New
07 - Aprreciate
08 - Everybody Out There
09 - Hosanna
10 - I Can Bet
11 - Looking At Her
12 - Road


2



Quem também liberou o seu mais recente trabalho foi Marcelo Jeneci, o segundo disco do cantor chega as prateleiras brasileiras em outubro.

O disco tem produção de Kassun ao junto com Adriano Cintra. O primeiro álbum, "Feito pra Acabar", ficou entre os melhores discos de 2010 segundo algumas publicações, como a da revista Rolling Stone.

A faixa que da título ao álbum foi escrita por Isabel Lenza e Marcelo, que toca a música junto com Laura Lavieri (vocal), Kassin (guitarra), Adriano Cinha (programação), Mestre Marçal (percussão) e Thiago Calderano (tímpano e marimba)

Confira o single "De Graça"




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Rodrigo Amarante também acaba de disponibilizar seu mais novo disco. O trabalho é o primeiro após o único disco do Little Joy, banda que além de Amarante tinha ainda Binki Shapiro e Fabrízio Moretti, dos Strokes.

"Cavalo" foi produzido por Noah Georgeson e gravado no Brasil e nos EUA, local onde Rodrigo fixa residência atualmente. O disco traz 11 faixas, com letras em português, inglês e francês. Rodrigo ainda disponibilizou um Making Of da gravação do álbum e um conjunto de imagens que explica o nascimento do disco e o que ele representa dentro do momento vivido pelo músico.

Assista ao Making Of e veja o texto aqui.

A turnê do disco tem shows confirmados em São Paulo (26, 27 e 28/09, no SESC-POMPEIA), Brasília (05/10, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães), Rio de Janeiro (11/10, no Circo Voador, e 09/11, no Circuito Banco do Brasil), Curitiba (12/10, Concha Acústica do TCA), Florianópolis (31/10, no Teatro do CIC) e em Porto Alegre (02/11, no Benjão (Do Amor, guitarra e baixo), Lucas Vasconcellos (Letuce, teclados e Rodrigo Barba (bateria, Los Hermanos)

Baixe e Ouça "Cavalo"

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Caleidoscópio da arte brasileira





Desde sua criação em 1951, a Bienal de São Paulo é, certamente, um dos principais centros de excelência e discussão das artes visuais do Brasil. Foram 62 anos, ou 31 edições, onde foram trazidas as mais diferentes verves das artes, o que se fazia de novo nas artes, no Brasil e do mundo.  
Uma prospecção de olhares sobre as 30 edições são o chamariz da 30 X Bienal, onde contam com mais de 250 obras de 111 autores, os quais ocupam o Pavilhão da Bienal. 




Há destaques como a arte abstrata que dominou os anos 50, passando pelo experimentalismo e a pop arte nos 60, arte conceitual nos anos 70, a retomada da pintura nos anos 80 e, hoje, as chamadas práticas contemporâneas. 
Com o efeito de não ser excludente em nenhuma corrente artística, de uma certa forma algo impossível, pois as bienais já contaram com 5,8 mil autores brasileiros até hoje. Com curadoria do carioca Paulo Venâncio Filho, parte de uma releitura cronológica  evocativos das transformações passadas pelos períodos da arte brasileira e seus 111 artistas escolhidos
``Não queria deformar a seleção dando mais nomes de umas ou outras bienais´´, diz Venancio Filho. ``Pensei no conjunto da obra, tentando respeitar os equilibrios´´.


As Ondas Paradas da Probabilidade, de Mira Schendel


Há certos crítérios de Venâncio, como não incluir artistas do primeiro modernismo, iniciando as escolhas pelas gerações influenciadas de alguma forma pelos debates trazidos pela Bienal, onde inicia-se pelos anos 50, onde os críticos veem como gênese de um projeto artistico e estético puramente nacional, com o inicio do abstracionismo geométrico, que atinge auge no concretismo paulista e o neoconcretismo carioca. 
Venancio Filho foca clássicos do construtivismo criado em São Paulo, com obras de Waldemar Cordeiro, Geraldo de Barros e Luiz Sacilotto, num espaço ao lado de nomes fortes da escola carioca, como Lygia Clark, Hélio Oiticica e Ivan Serpa.


Bolha Amarela (1969), Marcelo Nitsche

Há obras e momentos inesquecíveis como o trabalho de Cildo Meireles, onde cria um canto de sala virtual, com paredes pregadas a uma base de madeira, Anna Maria Maiolino mostra um filme mudo em que bocas aparecem sussurrando frases num diálogo impossível.
 ``É um discurso incoerente, que tem a ver com a época da ditadura´´, diz Maiolino.``Há uma busca de poder falar em um impedimento. Esse vídeo é como o pai de toda a minha filmografia, ordena tudo o que veio depois´´.
Na obra de Meireles, suas paredes derretendo coincidem com uma transição. ``Queria limpar a cabeça, botar ordem nas minhas ideias´´, quando lembra que a peça de 1967 seria exibida pela primeira vez, numa mostra censurada pela ditadura; o que outros fizeram da mesma forma, como a arte pop nacional de Claudio Tozzi, Rubens Gerchman e Mauricio Nogueira Lima, os quais partem da produção consumista norte americana para criticar a repressão.
Mesmo no pós ditadura, a geração 80, que marca a volta da pintura  com artistas como Nuno Ramos, Rodrigo Andrade e Paulo Monteiro, enfatiza o caráter radical de suas telas ultradensas e saturadas de cor. Sempre se atendo ao movimento em si, apesar de deslizes como o fato de a maoria dos artistas serem representados em uma obra, assim como algumas falsas harmonias entre contracampos artísticos, sugerindo a ideia de apaziguamento; Frente a tensões e discórdias da trajetória das bienais, atrelando-se a recepção crítica.


Agora é Hora de Fazer Nana, de Beatriz Milhazes

30 X Bienal 
Pavilhão da Bienal 
Av. Pedro Alvares Cabral
Terça a Domingo das 9h às 19h (quarta e sexta até às 22h)
Até 8/12
Grátis

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Cinema autoral e retrospectiva compõem o Indie Festival 2013




Após uma breve passagem por BH, o Indie Festival chega a São Paulo amanhã no CineSesc e traz a retrospectiva cinematográfica do francês Jean Claude Brisseau e do documentarista chinês Wang Bing. 

Um Episódio na Vida de Um Catador de Ferro Velho - Danis





Mulheres nuas e sexo tornaram o cinema do francês Jean-Claude Brisseau reconhecido. Na essência um contestador e um homem de ideias filosóficas, Brisseau construiu uma cinematografia que vai muito além dos apelos eróticos que seus filmes aparentam à primeira vista.



O Som e a Fúria - Brisseau

Um cineasta verdadeiramente independente que aos 69 anos não segue, e nunca seguiu, o estilo dominante do cinema francês dos últimos 20 anos, os dilemas burgueses e da elite, e direcionou sua narrativa para as periferias de Paris, para Saint-Étienne, as escolas e a vivência dos professores (que Brisseau foi durante muitos anos), a violência de uma sociedade desigual e das famílias disfuncionais e, claro, o simbólico: o sexo. Seus filmes nunca foram construídos por uma só matéria: filosofia, sexo, violência, injustiça social, desejo e, claro, a beleza do corpo.



Fengming: Memória de uma Chinesa - Wang


Já Wang Bing, recém formado em fotografia, em 1999, o jovem chinês alugou uma câmera DV e foi explorar o distrito industrial Tie Xi Qu, vizinho a cidade de Shenyang. Ele não sabia que este seria o seu primeiro passo para entrar para a história do cinema mundial, ao construir uma trilogia que expõe o declínio dos modos de produção comunista: A Oeste dos Trilhos. Com seu olhar persistente e atento, Wang trouxe à tona uma China jamais vista de tão perto pelo Ocidente. Gravou exaustivamente a decadência de três grandes indústrias de metais pesados, ícones da região nordeste do país, onde trabalharam mais de um milhão de operários.



Arranha Céus Flutuantes - Tomasz

Entre os destaques estão "Arranha Céus Flutuantes", do polonês Tomasz Wasilewski, que explora a questão da hetero e homossexualidade. Outro é "O Som e a Furia", de Brisseau, que conta a história de Bruno, um menino que acaba de se mudar para a casa da mãe e cria amizade com um garoto delinquente na nova escola. E por fim "Fengming: Memória de uma Chinesa", de Wang Bing. O documentário revela o depoimento da senhra Fengming, e faz um passeio pela China da década de 40 até hoje.


Heli - Amat



Confira a programação completa: Indie Festival

Quando: de 20 de setembro a 3 de outubro
Onde: CineSesc - Rua Agusta, 2075 - São Paulo
Quanto: Entrada Franca

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Impulsos Oníricos




Com uma média de quatro páginas por dia, durante dois meses e meio, até chegar às 320, de Passageiro do Fim do Dia, lançado pela editora Cosac Naify, Cadão Volpato faz uma bela estreia em seu primeiro romance. Criador da banda Fellini, em 1984, tem autoria de quatro livros de contos. 

O convite para a estreia no romance surgiu por um convite de Luiz Ruffato, em 2011. Ruffato era na época curador de literatura contemporânea da editora portuguesa Babel, extinta após menos de um ano. 
Ao escrever como um conto diário o romance, a trama é bastante autônoma, assim como os protagonistas, meio antipodas da progressão usual dos romances, com direito a devaneios abruptos, enquanto viajam pela história, em diversos lugares como São Paulo, La Paz, Patagônia, Amsterdam, Lima e Buenos Aires. 



A trama gira em torno de Rivoli, um arquiteto paulistano, com cara de sueco e Tortoni, um taxista portenho que leva o apelido do famoso café da Avenida de Mayo.
Juntos vão ao hotel do fim do mundo na Patagônia em um carro alugado. Pelo deserto mora o desvario de impressões e marcas entre realidade e o sonho.
Anos depois, em São Paulo, o destino dos dois se une novamente, agora pelo encontro de seus filhos. O motivo. A ditadura militar brasileira e argentina cuja repressão recai dobrada aos jovens latino americanos.
A partir dos protagonistas, uma gama de personagens passam pelo romance, como Francesco, filho de Tortoni, um ``às´´ do futebol, mas tem sua ``carreira´´ ofuscada pela ausência paterna. Juntamente com a linda Gábi, cuja relação não se sabe, são forçados a se autoexilar no Brasil, onde se tornaram alvo do regime. Sílvia, filha de Rivoli, enxerga extraordinários seres feitos de fumaça azul e Rodrigo, namora uma garota ``cheinha´´, não muito bonita e tampouco feia e que nunca termina seu perfil de Fernando Pessoa feito em carvão.  


Volpato quer dar luz a personagens que habitam o universo comum, mas com sutilezas que os fazem únicos. Uma certa infantilização das personagens fazem-os adentrar nas mais diversas dimensões do tempo e espaço, e talvez até encarar uma ditadura militar sem a consciência dela. Lao, o Judeu, apesar de inocente garoto apolitizado, foi torturado pelos militares, onde levou sequelas morais traumáticas.
``Você é distraído ou não? Como as pessoas que passam pelos sonhos´´, faz alusão a gama de passageiros do mundo de Rivoli e Tortoni. Afeições jamais explicadas, como Donacci, simpatizante por Rivoli, Elisa, sua futura esposa que Rivoli ``gostou sem saber por quê´´ ou fenomenos idílicos como a cena da chuva em Lima, onde o talvez único guarda chuva da cidade em mãos de Rivoli profetizasse o impossível em suas mãos.

Quem sonha não sente saudades, logo não há arbitrariedade no encontro e desencontro das personagens. Simplesmente vem e vão ao esboçar um universo do infinito, onde as partículas elementares da matéria são rearranjos de pessoas, culturas e histórias que nunca mais se encontrarão.

Certamente Volpato aposta em um conceito contrário a literatura recente, que deve haver uma segurança de se tentar fazer uma trama, sem obstáculos reais, dada pela inércia ideológica do momento e o individualismo. Não só o momento das ditaduras latino americanas, mas a integração entre os jovens, os sonhos e a liberdade, deram mais do que pretextos para combatê-la, mas viver a vida de forma mais sincera, mais aventureira e romântica.
Um sonho artesanal construído a esmo. Um jogo de impulsos oníricos.

``Penso no carrossel de escritores que giravam na minha cabeça´´. Robert Walser (o sonho do título vem das personagens dele), Juan Rulfo (Pedro Páramo me emprestou a fantasmagoria), Elio Vittorini (Conversa na Sicília é um dos livros que eu mais amo), Natalia Ginzburg (pela música meio rústica e divagante) e Aldo Buzzi (Viagem à Terra das Moscas, de onde tirei o espírito viajante do romance, é obra de uma alma livre)´´, diz Cadão Volpato sobre as influências sobre seu romance.

Pessoas que Passam Pelos Sonhos 
Cadão Volpato
320 págs.

Cosac Naify

terça-feira, 17 de setembro de 2013

As novas crônicas berlinenses

O terno "Escola de Berlim" não se refere propriamente uma escola de cinema, mas sim a um conceito cinematógrafo, um estilo estético do cinema alemão nos últimos 20 anos.

A Cidade Abaixo

Esse novo estilo pode ser debatido na mostra que o CCBB irá realizar juntamente com o Instituto Ghoete. Além dos filmes será realizado um debate - e com convidados como os diretores Henner Winkler e o curador Thomas Arslan passarão por São Paulo , só depois irá ao Rio, onde abrigará a mostra a partir do dia 27.

Saudade

Serão exibidos 19 filmes produzidos entre 1990 e 2013. Boa parte das produções são inéditas no país, incluindo 'Marseille', de Angela Schalenec, exibido na sessão Un Certain Regard do Festival de Cannes, e Ouro, de Thomas Arslan, que participou da mostra competitiva do Festival de Berlim, em fevereiro. Quem assistir a pelo menos cinco títulos do programa ganhará, gratuitamente, o livro catálogo com textos inéditos.


Marseille














Um dos primeiros a perceber o fenômeno que seria 
conceituado como Escola de Berlim, o crítico Georg Seesslen escreveu no jornal Die Tageszeitum sobre o aparente paradoxo - "Você vê algo que se vê diariamente e perceber, no mesmo instante, que nunca viu antes." Vale contextualizar - nos anos 1990, o cinema alemão era dominado por comédias leves, coproduzidas pela TV privada. Contra isso se insurgiu um grupo de jovens cineastas de Berlim. Christian Petzold e Thomas Arslan, entre outros, mudaram o foco e passaram a fazer filmes que retratavam a suposta banalidade do cotidiano. Só que trataram o banal num estilo hiperrealista, no qual embutiram questões relevantes - existenciais, filosóficas, políticas.


A Doença do Sono

A Escola de Berlim ampliou-se e hoje abriga autores de outras cidades, como Munique, sem que fale, por isso, de uma Escola de Munique. O importante é que todos esses filmes retratam uma Alemanha como você não costuma ver na tela. Seus diretores possuem base teórica e Christian Petzold, Benjamin Heisenberg e Christoph Hochhäusler editam duas vezes por ano uma revista sugestivamente chamada Revólver, com a qual disparam textos irados contra o establishment sócio/econômico e as tendências estéticas vigentes.  E tudo começou nos anos 1970, quando o pioneiro Haroun Farocki fazia seus filmes no meio operário. Foi o mestre de Petzold e até hoje é roteirista de seus filmes. Uma das atrações da mostra, veja no quadro, é um filme dele.

Excursão Escolar

A programação ainda conta com a presença do diretor Henner Winckler ("Excursão Escolar"), no sábado, 21, às 16h, em debate que também conta com a participação do curador Georg Seesslen e do cineasta Thomas Arslan.



MOSTRA ESCOLA DE BERLIM
Onde: Centro Cultural Banco do Brasil - Rua Álvares Penteado, 112, metrô São Bento.
Quando: de 11 a 28 de setembro
Quanto: R$4 (sessões em DVD, grátis)

Confira a programação completa: CCBB - São Paulo

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

A Estrada da Redenção





Las Acácias (2010), de Pablo Giorgelli, filme independente, pequeno no elenco, roteiro mínimo, mas de tamanha profusão humana, levou o prêmio Cámera d´Or no Festival de Cannes. Em cartaz agora no Brasil.
Um filme corajoso pela dificuldade de se mimetizar ao naturalismo e a redenção. Giorgelli queria um caminhoneiro comum para fazer Ruben (German de Silva), mas tinha necessidade de fazer cenas mais intensas, onde a carga emocional devia ser transmitida ao longa. Para fazer Jacinta, Giorgelli usou uma atriz amadora, Hebe Duarte, a mãe paraguaia que busca vida melhor em Buenos Aires, que leva um bebê de colo. Na verdade foram usados três bebês para o filme. 



Nos anos 90, o pai de Giorgelli fica doente e ele, sem razão alguma, se distanciou da família, largou a mulher com quem vivia na época e perdeu o emprego. Entrou em uma espiral de desespero e angústia. Isso foi ao mesmo tempo a redenção de Giorgelli, aproximando da família, sonhando com o pai que poderia ser. Daí nascera o embrião de Las Acácias.``Tinha necessidade de proteção. Queria, desesperadamente, que alguém tomasse conta de mim. Ninguém pode cuidar de você para sempre, você tem de se cuidar, valorizar´´, diz Giorgelli.




A estrada é a metáfora da vida desse road-movie de construção de personagens. A imposição de ambiente tão opressor e solitário como uma cabine de caminhão, leva ao descaso com tempo, mas arguta o pensamento sobre a vida e quem deixamos atrás desses mais de mil quilômetros de viajem. Rúben constrói um enigmático personagem, onde leva um passado tortuoso de uma paternidade não vivenciada, onde os sentimentos vivem à deriva do desejo e recusa.
Giorgelli explora campos em que a dependência mútua das personagens vai crescendo ao decorrer da viajem. 



A descoberta do próximo e a assimilação sobre o indizível, o silêncio que os une; talvez pelo medo de se expor, do próprio medo da violência, more algo que mostre o valor que os dois tem por estar aqui viajando. 
Todos tem problemas. Não se sabe porque Jacinta saiu do Paraguai, pois ela afirma que não há pai da pequena Anahi. Por aventura de uma bisbilhotice, Jacinta descobre o paradeiro do passado de Ruben, um suposto caminhoneiro sem família que leva a carga de acácias para Buenos Aires. Na fotografia descoberta, Ruben, um pai cativo, presenteando seu filho uma bicicleta. 
As acácias cortadas, que geram o motivo da viajem de ambos, são as esperanças cortadas pelo caminho opressor da vida. Na estrada se constrói uma relação em cima das ruínas, contornando uma relação que sai da aspereza e estranhamento para se tornarem únicos na viagem. Sem prévios julgamentos, tão frágeis sozinhos, tão condizentes juntos. 




Las Acácias 
Argentina/Espanha, 2011
Pablo Giorgelli



quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Cinemateca Brasileira abre mostra sobre a trajetória dos 300 anos de Cinema





Dos dias 7 a 22 de setembro a Cinemateca Brasileira homenageia 300 anos de cinema onde destaca diferentes formas do cinema, bem como seu alcance e ambições durante toda essa jornada da sétima arte, passando pelos meandros da formação do cinema como vemos hoje, em Cinema Antigo, moderno, de vanguarda, sonoro, mudo. A dimensão do cinema resvala em outras pulsões artísticas como as artes plásticas e a música. Não obstante no cinema digital, novos experimentalismos e vanguardas estéticas, seguramente darão frutos para bem mais que 300 anos no cinema pelo qual cultuamos e vivemos.



O Homem do Sputnik, de Carlos Manga 


Inspirado no trabalho de Henri Langlois (1914- 1977), Elogio a Langlois, fundador da Cinemateca Francesa e da cultura cinematográfica, procura não somente pelo restauro de filmes, mas ao debate e democratização da arte. Na mostra 300 anos, a abrangencia de várias estéticas de filmes de épocas distintas, tirando a poeira dos rolos e militando pela crítica e intervenção dos jovens cinéfilos. A Cinemateca abrange as suas últimas restaurações de filmes como Ganga Bruta (1933), de Humberto Mauro e Homem do Sputinik (1958), de Carlos Manga  Uma catarse da cinética dos fotogramas.



Boxe por Amor, de Buster Keaton 


Em Cômicos e mais cômicos, evoca a era de ouro do cinema norte americano com expoentes como Harold Lloyd, Roscoe Fatty Arbuckle, Chaplin e Buster Keaton, trancenderam o próprio pastelão em vôos mais extremos como as acrobacias, a dança, o circo, a mímica e porque não a poesia e o romance. Com filmes do acervo da FAAP, a seleção será apresentada por Máximo Barro, que discorrerá sobre a evolução deste gênero no cinema.




Mais que um complemento, usa-se da modernização conservadora brasileira e a convulsão social cubana por meio das edições de cinejornais do acervo da Cinemateca Brasileira, como Cine Jornal Brasileiro, Cine Jornal Informativo, Atualidades Atlândida, Notícias da Semana, Canal 100 e o excepcional Noticiero Icaic Latinoamericano. 
Séries estatais e privadas destacam marcos históricos políticos e a conjuntura social da época, com imagens de importantes figuras públicas, esporte e a propaganda. O destaque é Noticieros Icaic, cinejornal do cineasta Santiago Alvarez, em prol da revolução cubana. A comunicação de massa e a criatividade advém desse segmento que adentrava às massas de toda a sociedade que carecia de direitos democráticos e servia de denúncia social e política contra os manipuladores, tecnocratas e ditadores em diversas partes do mundo; gênero esse esquecido hoje.


Limite, de Mário Peixoto


Limite (1931) de Mario Peixoto é o mote de O filme-poeta, onde na história do cinema há uma tradição que apresentam intervenções da poesia cinematográfica, ao abandonar narrativas lineares, a ao extremo rigor formal e da autoria. O homenageado é Saulo Pereira, que restaurou Limite e a mostra traz consigo outros cânones do cinematógrafo poético, como Terra (1930), de Dovjenko e A paixão de Joana D´arc (1928) de Carl Theodor Dreyer. Será lançado o DVD de Limite incluido no segundo número da Revista da Cinemateca Brasileira.




O curso do professor Richard Abel, acompanhava os primórdios da história da indústria cinematográfica em contextos nacionais diferentes. A mostra traz títulos raros do primeiro cinema. Com o intuito de ambientalizar a esfera nascente da narrativa cinematográfica e sua cultura de época, a Cinemateca Brasileira contará com Richard Abel, onde lançará no Brasil, Americanizando o filme, ensaios do autor sobre história social e cultural do cinema.
Haverá peça de teatro, curso e grafite de rua, tudo para enaltecer a grandiosidade do cinema e que reaviva um sentimento de paixão e culto à Cinemateca, em crise nesses últimos tempos.

Além disso a Cinemateca terá curso com Richard Abel sobre a história do cinema americano e francês, peça de teatro sobre o imaginário do cinema e apresentações ao ar livre com sonoplastia executada ao vivo dos grandes clássicos do cinema mudo. 


A Paixão de Joana D´Arc, de Carl Theodor Dreyer


300 anos de Cinema
Cinemateca Brasileira 
Lgo. Senador Raul Cardoso, 207 - São Paulo
programação









segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Dossiê The Bling Ring

Sofia Coppola traz em seu novo filme a história real de uma quadrilha de adolescentes fascinados pela fama que se especializa em roubo a casas de celebridades. As vítimas são artista como o DJ Paulo Oakenfold, a atriz Megan Fox, Lindsay Lohan, Orlando Bloom, Misha Barton e a socialite Paris Hilton, entre outros artistas.


Com nomes modificados, o filme narra a história de Nick Prugo, Rachel Lee, Courtney Ames e as meia-irmãs Alexis Neiers e Tass Taylor, que foram detidos e julgados em 2010. Alexis e Tass se preparavam para a "fama" com estreia do piloto de um reality show sobre o dia-a-dia festeiro e de muita mordomia no subúrbio rico de Los Angeles ("Pretty Wild", que acabou indo ao ar apenas uma temporada), quando a polícia bateu em sua porta.

                       
                            (Teaser Pretty Wild)

Os roubos aconteceram entre outubro de 2008 e a agosto de 2009. Foram, no total, US$3 milhões em joias, dinheiro e objetos de grife. Sapatos, bolsas, maquiagens, perfumes e lingeries de marca como Chanel, Tiffany e Yves Saint Laurent eram o foco dos roubos. O dinheiro em espécie era gasto nos mesmos lugares luxuosos que as celebridades frequentavam, como baladas e lojas - tudo devidamente postado e registrado nas redes sociais.


Por qual razão eles invadiam e roubavam as mansões? Em busca desta e de outras respostas a jornalista da revista Vanity Fair, Nanci Jo Sales, fez uma matéria com os adolescentes, que mais tarde virou o livro " The Bling Ring" e serviu como base para a adaptação de Sofia Coppola.


Ricos, jovens e bonitos, os criminosos buscavam emular a vida dos famosos, levando o culto e o desejo de alcançar a fama ao extremo. A emoção de conter em mãos praticamente um 'pedaço' da lebridade, que para eles era mais do que apenas um ícone fashion; era a extensão de sua fama e poder. Os objetos de luxo são um passe para o éden dessa geração da imagem, que abrem mão de sua história pessoal de vida, de sua formação de personalidade, da experiência de vida, para a simples difusão de impressões que querer aparentar ser para os outros. Se a celebridade depende dos objetos de luxo, ela pode ser roubada; devido a lógica do descarte desses objetos (assim como toda a quinquilharia consumista), transportado pelo culto a essas celebridades, dá ``direito democrático´´ ao mimetizar as roupas, os sapatos e os vestidos da celebridade à lógica de virar uma.   

                                                 (Cena de Bling Ring)

As 'vítimas' eram escolhidas através de pesquisas no site "TMZ", o grupo pesquisava quais atividades seriam feitas por qual celebridade e se aproveitavam do momento em que não estivessem na cidade. A maioria das casas sempre tinham uma porta, uma janela aberta, o que facilitava a entrada nas casas. Pesquisas de endereço eram feitas por um site chamado celebrityaddressaerial.com que funcionava como um "Google Maps" de casas de celebridades. Pelo street view, era possível ver a fachada da casa e assim planejar a melhor forma de entrar. No caso de Paris Hilton foi muito fácil, já que a socialite guardava a chave de casa debaixo do tapete.

                  (Imagens reais das câmeras de segurança da casa de Lindsay Lohan)

Filha de uma ex-coelhinha da PlayBoy (e a mais 'conhecida' dentre os acusados) Alexis Neiers cresceu ouvindo um conselho da mãe: "O que foi que eu disse desde que vocês eram crianças? Nunca façam nada que não queriam ver na primeira página do 'L. Times'" (uma das célebres falas da matriarca em uma das cenas de "Pretty Wild"). Série que foi ao ar com apenas uma temporada, mostrando a vida turbulenta da garota e também o momento de sua detenção e julgamento. Quando estava prestes a estreiar na TV, Alexis chegou a contestar as acusações. Afirmou que estava bêbada quando invadiu a casa de, por exemplo, Orlando Bloom.



Nick Prugo, o único garoto da quadrilha, disse tempos depois que Alexis estava consciente do que fazia. Após a polícia encontrar um colar Chanel pertencente a Lindsay Lohan e uma bolsa Marc Jacob de Rachel Bilson (do seriado The O.C.), Alexis acabou confessando e sendo condenada a 180 dias de cadeira e mais três anos de liberdade condicional. Ironias a parte, durante seus últimos dias na detenção, Alexis dividiu a cela com Lindsay Lohan, que estava presa na época acusada de furto a uma joalheria.




Tido com uma criança tímida e retraída, Nick se envolveu com drogas na adolescência e roubava os pais para sustentar o vício. Ele e a amiga Rachel Lee, tida como a mentora do grupo, bolaram juntos o primeiro roubo, que foi em em uma casa de veraneio de um desconhecido. O roubo rendeu US$ 8 mil. Da primeira experiência, aprenderam a verificar se os carros de luxo da região estavam com as portas destrancadas. Não para roubá-los, mas para verificar se em seu interior haviam cartões e dinheiros que pudesse financiar uma nova luxuosa tarde de compras.




Filha de mãe coreana, Rachel e a irmã tiveram educação privilegiada. Era popular, ia para escola dirigindo um Audi A4 branco e foi nomeada como "Best Dressed" do anuário do colégio de 2007. Estava sob liberdade condicional por um roubo a uma loja da Sephora, onde furtou US$ 85 mil em cosméticos. Nick havia confessado a jornalista que Lee era aficcionada por reality-shows, e organizada os roubos sempre que queria roupas novas. Ao final de serem descobertos, mudou-se para Las Vegas, para a casa do pai e quando foi descoberta, negou os crimes até a polícia encontrar em seus pertences, uma jaqueta pertencente a Lindsay Lohan e fotos de Paris Hilton de topless. Courtney Ames, amiga de Rachel, foi a ponte que faltava entre Rachel e Nick e as irmãs.




Hoje em dia, nem todos eles vivem sob os holofortes da mídia. Nick Prugo tem planos de ter seu próprio reality-show, para que as pessoas não o vejam tanto como um vilão. "Quero que as pessoas percebam que sou um cara legal" - disse em entrevista a um site americano.
Alexis Neiers, ainda vive em busca da fama, porém, hoje é casada e tem uma filha.
Tess Taylor, meia-irmã de Alexis Neiers, a única do grupo a não ser indiciada também busca a fama, foi garota playboy.
Rachel atualmente mora em Toronto, como anônima.
Coutney Ames também vive como anônima e estuda no Pierce College.
Por ordem judicial, não podem manter contato uns com os outros, deixando Bling Ring apenas no passado.

Todos cumpriram sua dívida com a sociedade e apenas dois deles tiveram participação indireta no produção de Sofia, que foi Nick e Alexis. Com a bilheteria em alta, esperam colher bons frutos do longa.



Confira Bling Ring - A Gangue de Hollywood nos cinemas.

Confira também o livro de Nancy Jo Sales pela editora Intrinseca.




sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Surrealismo do céu e inferno



Começou ontem em São Paulo a exposição Dalí: A Divina Comédia, que apresenta o encontro do pintor surrealista espanhol com a obra do poeta italiano Dante Alighieri. A exposição traz as gravuras que Salvador Dalí fez na década de 60 do século passado para ilustrar uma edição comemorativa da obra A Divina Comédia, lembrando os 700 anos de nascimento de Dante Alighieri. As obras do pintor chegam hoje em São Paulo e depois vão passar pelo Rio de Janeiro, Curitiba e Recife.





O projeto teve inicio como uma encomenda do governo italiano. No entanto, mesmo após a desistência do pedido, o artista continuou elaborando as ilustrações. "Ele ficou cativado pela figura de Dante e pela importância que tem A Divina Comédia no contexto da cultura ocidental. E se sentiu também desafiado pela possibilidade de poder ilustrar a obra, assim como tantos outros artista anteriores e ele tinham tentado", diz a curadora da exposição, Ana Rodrigues.



Cada uma da gravuras corresponde a um dos 100 cantos da obra, respeitando a divisão original: Paraíso, Purgatório e Inferno. No poema, Dante desde ao submundo para resgatar sua amada Beatriz, sendo guiado pelo poeta Virgílio. A curadora Ana Rodrigues destaca que os três tempo da obra ilustrados por Dalí refletem momentos diferentes da carreira do pintor. "A parte do inferno é a que tem mais referências a todo mundo onírico, ao universo surrealista de Dalí. É o espaço onde ele coloca todos os medos, os pesadelos, as angústias do ser humano."



A primeira imagem do purgatório foi escolhida como símbolo da exposição. Nela, um anjo olha para gavetas que se abrem em seu corpo. "Explorando o seu interior, o mundo subconsciente ao qual Dalí tanto se refere", explica Ana. A figura é um bom exemplo de como o pintor espanhol pensou a dimensão intermediária entre o paraíso e o inferno. "Como espaço de transição, ele vai colocar [no purgatório] as dúvidas do homem, vários elementos simbólicos que vão identificar sua, as muletas, as cabeças, os corpos moles", detalha a curadora.



Nas 33 gravuras que compõem o canto Paraíso, é possível encontrar traços da fase mística de Dalí. "Temos imagens mais calmas, serenas, equilibradas e que remetem também a uma fase importante do trabalho de Dalí, na qual ele se refugia no misticismo e nas imagens religiosas para expressar o seu estado de espirito".

Quando: de 31 de agosto a 27 de outubro
Horário: de terça a domingo, das 9h às 19h
Onde: Caixa Cultura Sé - Praça da Sé, 111 - 8º andar. Sé - Centro (SP)
Quanto: Entrada Franca

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Os viscerais apaixonados


Jules e Jim, de François Truffaut 


Completando 55 anos, a Nouvelle Vague ganha uma mostra de filmes no MIS Com curadoria de André Sturm e Alessandra Dorgan, apresentando 17 títulos que poderão ser vistos na grande tela em sua maioria em película. 

Em meio aos movimentos político-sociais e culturais dos anos 1960, a Nouvelle Vague inaugurou uma nova fase no cinema francês e mundial onde se desenvolveu em torno do cinema de autor, caracterizado pelo estilo próprio de cada um de seus diretores. Em uma época cujos filmes emanavam páginas maçantes de literatura, houve uma corrente contrária a esta estética, bebendo de fontes do cinema comercial americano, precisamente de Howard Hawks e Alfred Hitchcock, o que gerou um reboliço entre os cinéfilos e os intelectuais centrados na Cinémathèque Française, onde o fundador André Bazin e o curador Henri Langlois foram os precursores do movimento.
Sempre houve um ranço em consumir cinema americano, principalmente pela ala estudantil inerente ao pensamento de esquerda, onde defendiam um cinema totalmente político, como fazia a Itália em seu Neorealismo. Cineastas como François Truffaut, Claude Chabrol e Jacques Rivette abrageram as mais diversas vertentes do cinema atraindo o mundo pela sua marca do cinema de autor com uma radical renovação do ramo estético do cinema, juntamente ao cunho ensaístico que acompanha o grupo, encabeçado pelo manifesto de François Truffaut, em 1958, ``Uma certa tendência do cinema francês´´, marco do movimento publicado no Cahiers du Cinéma.

Nas Garras do Vício, de Claude Chabrol


A Nouvelle Vague, acima de tudo, conquistou o mote institucional do cinema, sendo totalmente separado das demais artes, analisado e respeitado como nunca antes. Isso possibilitou ter uma linguagem própria de seu tempo, revolucionária e anarquista, usando-se de cortes abruptos, diálogos rápidos e dinâmicos, espirais do mundo jovem no meio as intempérides da vida e do tempo, alienação, filosofia, política, o bepop americano, as armas, a violência, a luz natural, as ruas e o amor. Um cinema visceral apaixonado. Como diz Jean-Luc Godard sobre o cinema. ``Para fazer um bom filme é necessário apenas duas coisas: uma mulher e uma arma´´.


Cléo das 5 às 7, de Agnes Varda

A programação conta com a exibição do documentário O Homem e as Imagens, de Eric Rohmer, seguida de debate apresentado a Nouvelle Vague, seu contexto histórico, cultural e estético, com a participação dos convidados Luiz Carlos Merten (crítico de cinema e jornalista) e Laura Carvalho (pesquisadora e diretora de arte). O debate ocorre às 19h10, da quinta-feira (5), após a exibição de "O Homem e as Imagens".

Alguns Destaques do Gros Rouge:



O Acossado (1960) 
Jean-Luc Godard

Após roubar um carro em Marselha, Michel (Jean-Paul Belmondo) ruma para Paris. Lá, ele convence a relutante Patricia (Jean Seberg), uma estudante americana com quem ele se envolve. Cabe a ela esconder Michel em seu apartamento até o rapaz conseguir receber o seu ordenado. Dentro de cortes abruptos, a desordem amorosa emana um Godard cuja a lírica moderna se funde aos corpos do amor efêmero do casal em promessas de viagens e o castigo inerente ao crime. 



Minha Noite Com Ela (1969)
Eric Rohmer

Jean-Louis (Trintignant) é um católico convicto que encontra sua parceira ideal, Françoise (Marie-Christine Barrault) em uma missa. Ele encontra um velho amigo marxista Vidal (Antoine Vitez) no natal. Vidal apresenta Jean a recém divorciada Maud (Françoise Fabian) e os três entram em um debate sobre religião, ateísmo, amor , moralidade e acerca da obra de Blaise de Pascal entre filosofia e matemática. Jean-Louis passa a noite na casa de Maud, onde põe à prova seus preceitos de que mais acredita e os valores e tabus do catolicismo a qual se esfacela no dilema de ter duas mulheres a escolher amar. 


Hiroshima, Meu Amor (1959) 
Alain Resnais

Com roteiro magnífico de Marguerite Duras, o fime aborda séries de diálogos de cerca de 36 horas entre uma atriz francesa (Emmanuelle Riva) e um arquiteto japonês (Eji Okada). O breve affair dos dois acaba e os dois irão se separar. Os dois entram em um debate sobre a bombardeamento de Hiroshima, sobre as pessoas envolvidas diretamente e indiretamente no ataque. Renais em um modo paralelo a um documentário, intervem sobre a memória, com cenas sobre as vítimas e suas consequências para todos.

MIS
55 anos da Nouvelle Vague
3 a 8 de setembro 
Avenida Europa, 158 - Jardim Europa - São Paulo / SP
R$3 a R$6

Programação