terça-feira, 17 de setembro de 2013

As novas crônicas berlinenses

O terno "Escola de Berlim" não se refere propriamente uma escola de cinema, mas sim a um conceito cinematógrafo, um estilo estético do cinema alemão nos últimos 20 anos.

A Cidade Abaixo

Esse novo estilo pode ser debatido na mostra que o CCBB irá realizar juntamente com o Instituto Ghoete. Além dos filmes será realizado um debate - e com convidados como os diretores Henner Winkler e o curador Thomas Arslan passarão por São Paulo , só depois irá ao Rio, onde abrigará a mostra a partir do dia 27.

Saudade

Serão exibidos 19 filmes produzidos entre 1990 e 2013. Boa parte das produções são inéditas no país, incluindo 'Marseille', de Angela Schalenec, exibido na sessão Un Certain Regard do Festival de Cannes, e Ouro, de Thomas Arslan, que participou da mostra competitiva do Festival de Berlim, em fevereiro. Quem assistir a pelo menos cinco títulos do programa ganhará, gratuitamente, o livro catálogo com textos inéditos.


Marseille














Um dos primeiros a perceber o fenômeno que seria 
conceituado como Escola de Berlim, o crítico Georg Seesslen escreveu no jornal Die Tageszeitum sobre o aparente paradoxo - "Você vê algo que se vê diariamente e perceber, no mesmo instante, que nunca viu antes." Vale contextualizar - nos anos 1990, o cinema alemão era dominado por comédias leves, coproduzidas pela TV privada. Contra isso se insurgiu um grupo de jovens cineastas de Berlim. Christian Petzold e Thomas Arslan, entre outros, mudaram o foco e passaram a fazer filmes que retratavam a suposta banalidade do cotidiano. Só que trataram o banal num estilo hiperrealista, no qual embutiram questões relevantes - existenciais, filosóficas, políticas.


A Doença do Sono

A Escola de Berlim ampliou-se e hoje abriga autores de outras cidades, como Munique, sem que fale, por isso, de uma Escola de Munique. O importante é que todos esses filmes retratam uma Alemanha como você não costuma ver na tela. Seus diretores possuem base teórica e Christian Petzold, Benjamin Heisenberg e Christoph Hochhäusler editam duas vezes por ano uma revista sugestivamente chamada Revólver, com a qual disparam textos irados contra o establishment sócio/econômico e as tendências estéticas vigentes.  E tudo começou nos anos 1970, quando o pioneiro Haroun Farocki fazia seus filmes no meio operário. Foi o mestre de Petzold e até hoje é roteirista de seus filmes. Uma das atrações da mostra, veja no quadro, é um filme dele.

Excursão Escolar

A programação ainda conta com a presença do diretor Henner Winckler ("Excursão Escolar"), no sábado, 21, às 16h, em debate que também conta com a participação do curador Georg Seesslen e do cineasta Thomas Arslan.



MOSTRA ESCOLA DE BERLIM
Onde: Centro Cultural Banco do Brasil - Rua Álvares Penteado, 112, metrô São Bento.
Quando: de 11 a 28 de setembro
Quanto: R$4 (sessões em DVD, grátis)

Confira a programação completa: CCBB - São Paulo

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