quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Cinemateca Brasileira abre mostra sobre a trajetória dos 300 anos de Cinema





Dos dias 7 a 22 de setembro a Cinemateca Brasileira homenageia 300 anos de cinema onde destaca diferentes formas do cinema, bem como seu alcance e ambições durante toda essa jornada da sétima arte, passando pelos meandros da formação do cinema como vemos hoje, em Cinema Antigo, moderno, de vanguarda, sonoro, mudo. A dimensão do cinema resvala em outras pulsões artísticas como as artes plásticas e a música. Não obstante no cinema digital, novos experimentalismos e vanguardas estéticas, seguramente darão frutos para bem mais que 300 anos no cinema pelo qual cultuamos e vivemos.



O Homem do Sputnik, de Carlos Manga 


Inspirado no trabalho de Henri Langlois (1914- 1977), Elogio a Langlois, fundador da Cinemateca Francesa e da cultura cinematográfica, procura não somente pelo restauro de filmes, mas ao debate e democratização da arte. Na mostra 300 anos, a abrangencia de várias estéticas de filmes de épocas distintas, tirando a poeira dos rolos e militando pela crítica e intervenção dos jovens cinéfilos. A Cinemateca abrange as suas últimas restaurações de filmes como Ganga Bruta (1933), de Humberto Mauro e Homem do Sputinik (1958), de Carlos Manga  Uma catarse da cinética dos fotogramas.



Boxe por Amor, de Buster Keaton 


Em Cômicos e mais cômicos, evoca a era de ouro do cinema norte americano com expoentes como Harold Lloyd, Roscoe Fatty Arbuckle, Chaplin e Buster Keaton, trancenderam o próprio pastelão em vôos mais extremos como as acrobacias, a dança, o circo, a mímica e porque não a poesia e o romance. Com filmes do acervo da FAAP, a seleção será apresentada por Máximo Barro, que discorrerá sobre a evolução deste gênero no cinema.




Mais que um complemento, usa-se da modernização conservadora brasileira e a convulsão social cubana por meio das edições de cinejornais do acervo da Cinemateca Brasileira, como Cine Jornal Brasileiro, Cine Jornal Informativo, Atualidades Atlândida, Notícias da Semana, Canal 100 e o excepcional Noticiero Icaic Latinoamericano. 
Séries estatais e privadas destacam marcos históricos políticos e a conjuntura social da época, com imagens de importantes figuras públicas, esporte e a propaganda. O destaque é Noticieros Icaic, cinejornal do cineasta Santiago Alvarez, em prol da revolução cubana. A comunicação de massa e a criatividade advém desse segmento que adentrava às massas de toda a sociedade que carecia de direitos democráticos e servia de denúncia social e política contra os manipuladores, tecnocratas e ditadores em diversas partes do mundo; gênero esse esquecido hoje.


Limite, de Mário Peixoto


Limite (1931) de Mario Peixoto é o mote de O filme-poeta, onde na história do cinema há uma tradição que apresentam intervenções da poesia cinematográfica, ao abandonar narrativas lineares, a ao extremo rigor formal e da autoria. O homenageado é Saulo Pereira, que restaurou Limite e a mostra traz consigo outros cânones do cinematógrafo poético, como Terra (1930), de Dovjenko e A paixão de Joana D´arc (1928) de Carl Theodor Dreyer. Será lançado o DVD de Limite incluido no segundo número da Revista da Cinemateca Brasileira.




O curso do professor Richard Abel, acompanhava os primórdios da história da indústria cinematográfica em contextos nacionais diferentes. A mostra traz títulos raros do primeiro cinema. Com o intuito de ambientalizar a esfera nascente da narrativa cinematográfica e sua cultura de época, a Cinemateca Brasileira contará com Richard Abel, onde lançará no Brasil, Americanizando o filme, ensaios do autor sobre história social e cultural do cinema.
Haverá peça de teatro, curso e grafite de rua, tudo para enaltecer a grandiosidade do cinema e que reaviva um sentimento de paixão e culto à Cinemateca, em crise nesses últimos tempos.

Além disso a Cinemateca terá curso com Richard Abel sobre a história do cinema americano e francês, peça de teatro sobre o imaginário do cinema e apresentações ao ar livre com sonoplastia executada ao vivo dos grandes clássicos do cinema mudo. 


A Paixão de Joana D´Arc, de Carl Theodor Dreyer


300 anos de Cinema
Cinemateca Brasileira 
Lgo. Senador Raul Cardoso, 207 - São Paulo
programação









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