quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Pantim mostra lado mais maduro e confessional de Lulina



Lulina, cantora pernambucana, que após 10 álbuns caseiros, um EP, e Cristalina (2009), único álbum de estúdio, lança disco novo e show dia 21, em São Paulo, no Sesc Belenzinho.   




O nome do disco novo, Pantim, destila bem a nova fase de Lulina, antes com letras permeadas de um universo hermético de formigas, ET´s e cultura nerd. O termo ``fazer pantim´´ significa ``choramingar, fazer chilique´´. Pantim ecoa pouco a pouco em suas novas canções, com tom mais confessional e direto. Antes Lulina, em metáforas escapistas, levava as incertezas dos vinte e poucos anos. Hoje aos 34 anos, encara com rara sutileza e uma lírica madura e engraçada. Mostrando um timbre mais contundente em sua voz, escondida antes em suas canções mais antigas, espelha cada vez mais em sua personalidade para dar novo corpo e linguagem em Pantim. O resultado é um belo disco. 




Pantim leva arranjos por Lulina e sua banda: Leo Monstro (piano e voz), Missionário José (baixo), André Édipo (guitarra), Pedro Falcão (bateria) e Habacuque  Lima (guitarra).
Pantim pode ser baixado gratuitamente no Soundcloud de Lulina. 

Download


Lulina 
22/11 às 21h30
Sesc Belenzinho
R. Pde. Adelino, 1017 - Belenzinho

R$5 a R$25 



sexta-feira, 15 de novembro de 2013

The Gros Rouge Observer: Shows do Bixiga 70 na Praça Victor Civita e Sesc Vila Mariana









Na Rua 13 de Maio, número 70, mais especificamente no estúdio Traquitana é o berço do Bixiga 70. Refência esta ao África 70, o mítico grupo de Fela Kuti. Mas a sonoridade não se faz de tributo ao Afrobeat, mas de jazz, funk e música brasileira.

O grupo se apresenta de graça na Praça Vitor Civita, nesse sábado às 17h (Rua Sumidouro, 580 - Pinheiros), onde apresentará o mais recente trabalho homônimo de 2013. 




Já nos dias 20 e 21 o Bixiga 70 toca no Sesc Vila Mariana com o músico congolês radicado na Bélgica Baloji, que mistura hip hop, com influências de soul e afrobeat.


 



Baloji e Bixiga 70
Sesc Vila Mariana
Rua Pelotas, 141

http://www.sescsp.org.br/programacao/16686_BALOJI+BIXIGA+70#/content=na-midia



Baixe o disco mais recente do Bixiga 70

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

The Gros Rouge Observer: Pré-Venda de ``Coisas´´




Uma das joias da música instrumental brasileira o disco Coisas (1965), de Moacir Santos está em pré-venda pela Polysom em formato vinil.
Disco este que chegou a ser vendido por R$3200, na Tracks, loja localizada na Gávea, no Rio. 
Nascido em 1926  em Flores do Pajeú (PE), ele tinha apenas 3 anos quando sua mãe morreu e seu pai o abandonou. Educado por uma família tradicional, aos 14 zanzou pelo nordeste aprendendo a tocar os mais diversos instrumentos. 

Cultuado mais fora do país lançou três discos pelo selo de jazz Blue Note, e radicou-se em Los Angeles de 1967 até 2006. 
Sua composição possui claras divisões africanas, e é dito como a verdadeira música negra, percussionada e com claras divisões afro e moderna devido a influência no jazz californiano a qual Moacir teve contato em 1964, em Pasadena. 

Como professor deu aulas a Baden Powell, Dori Caymmi, João Donato, Carlos Lyra, Roberto Menescal e Wilson das Neves. 
Trabalhou na trilha sonora de Ganga Zumba, de Cacá Diegues e contribuiu em arranjos do primeiro disco de Nara Leão. 




O álbum foi produzido por Roberto Quartin, com parceria de Mario Telles, Regina Werneck e Clóvis Mello. Alguns de seus temas acabaram sendo letradas, como a mais famosa Nanã (n°5), Senzala (n°9), Quem pe que não Chora (n°7) e Navegação (n°8).

Desde 2001 um aclamado tributo ao maestro Moacir Santos, Ouro Negro, parte de releituras de seus temas. Mario Adnet e Zé Nogueira, idealizadores do projeto contribuem nos textos do vinil.





A Pré-Venda é feita pelo site da Polysom: 
http://bandup.tray.com.br/loja/produto-300126-1268-pre_venda_lp_moacir_santos_coisas



terça-feira, 12 de novembro de 2013

The Gros Rouge Observer: Naná Rizinni e Guilherme Arantes






Naná Rizzini, baterista da banda de Tiê, apresenta a 
turnê de I Said (2011) e conta com participações de Edgard Scandurra e Tiê pelo projeto Prata da Casa, no SESC Pompeia, HOJE às 21h.
Com composições autorais calcadas em rock, disco-punk e folk, leva a produção de Plínio Profeta.

Baixe I Said:


Download


2




No projeto Notas Contemporâneas com curadoria de Cleber Capa, o MIS-SP apresenta Guilherme Arantes, onde o artista é entrevistado sobre sua carreira pelo jornalista Cadão Volpato, enquanto músicos convidados se apresentam para interpretar seus grandes sucessos.

Quarta Feira, dia 13 de novembro às 20h
de $2 a $4
Vendas pelo Ingresso Rápido e nas bilheterias do MIS
www.ingressorapido.com


quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Manoel de Oliveira é o cinema




Acima da mítica por ser o cineasta mais longevo da história, o português Manoel de Oliveira, prestes a completar 105 anos, é um dos poucos cineastas a concentrar tamanha profusão em uma filmografia completa sobre tanto temas que abordou em seus 54 filmes. 
Iniciado no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, no Porto, em 2008, apresentou uma exposição dedicada ao diretor em comemoração do centenário.  Com curadoria de Paula Fernandes, chega ao Instituto Tomie Ohtake em São Paulo.



Sem o intuito de descobrir toda a obra dele, nem atrelar-se a os objetos fetiche dos sets de filmagem e das vestes das personagens, mas sim o processo de formação, da evolução de sua carreira usando-se de trechos de filmes, fotos, documentos e textos do diretor, com direito a uma atualização, pois Manuel de Oliveira fez mais cinco longas de 2008 para cá.


Aniki Bobó


A exposição também integra a programação da 37° Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e é uma homenagem ao amigo de Oliveira e idealizador do festival, Leon Cakoff. ``Alguns diretores têm uma relação muito forte com a Mostra, histórica até. E Manoel é o maior deles. É uma relação que começou a ser construida desde as primeiras mostras, e isso virou uma amizade. O trabalho dele encontrou uma repercussão muito grande no Brasil. E não só aqui, Ele é mundialmente considerado um grande mestre. Ele era um grande amigo de Leon´´, comenta Renata Almeida, viúva de Cakoff e diretora da Mostra.  

A impressão de adentrar ao imaginário de Oliveira a mostra abrange desde sua primeira obra Douro, Faina Fluvial (1931), seu primeiro longa de ficção o antológico Aniki-Bobó (1942) até o mais recente trabalho, em 2012 O Conquistador Conquistado, este integrando a 37º Mostra, que começa no dia 18. Consiste um um dos episódios do longa Centro Histórico, que fora produzido com o objetivo de prestar homenagem à cidade de Guimarães, no norte do país, onde nasceu o Reino de Portugal. O longa faz uma copilação de curtas realizados por grandes nomes do cinema como Aki Kaurismaki, Pedro Costa, Viktor Erice e Oliveira. 


Acto de Primavera


Um ponto crucial é a forma como Oliveira nega e ao mesmo tempo afirma o cinema. ``Ele diz que o cinema não existe. Mas isso não significa desprezo pela arte. Uniu documentário à ficção, como respeitou os alicerces do teatro em suas composições e atrelou cânones da literatura portuguesa como Agustina Bessa Luis, que escrevia romances com o intuito de serem adaptados para o cinema por Oliveira; um grande admirador da palavra filmada, seja em discursos das personagens, em letreiros ou em narrações em off.


O Estranho Caso de Angélica


Ao assistir trechos de obras primas como Aniki-Bobó e O Passado e o Presente, se entende melhor a indendência com que ele trata dos elementos de um filme, tratando-os de forma autôma a luz, a fala e  a imagem. Um percurso paralelo da obra do autor e sobre a história do cinema também, devido as diversas descobertas acompanhadas pelo mestre durante tantos anos. Oliveira é o cinema.

Manoel de Oliveira: Uma História do Cinema
Instituto Tomie Ohtake 
R. Coropés, 88 - Pinheiros 
Terça a Domingo das 11h às 20h 
Até 10/11

Dica do Gros Rouge:



Manoel de Oliveira 
Ed. Cosac Naify 

Organização: Alvaro Machado
240 págs.

domingo, 6 de outubro de 2013

Fragmentos de Kubrick



O Museu da Imagem e Som (MIS) em São Paulo recebe a partir do dia 11 a mostra "Instaley Kubrick", que traz mais de 500 peças ligadas à obra do cineasta americano. Realizada em parceria com a Mostra Internacional de Cinema, a exposição reúne a singularidade das obras e influências do diretor na trajetória do cinema mundial a partir de centenas de documento originais, como materiais em áudio e vídeo e diversos objetos de cena, documento e fotos utilizados em seus longas-metragens.


Cena de 'Nascido Para Matar'


A mostra é dividida em 14 seções apresentadas em uma expografia inovadora concebida e adaptada pela direção do MIS, que proporciona uma experiência multisensorial inéditas.


Peças de Laranja Mecânica
A diversidade dos elementos da exposição - desde um par de cândidos vestidinhos infantis até um capacete com a inscrição "Nascido para matar" - ilustra uma característica central de Kubrick (1928 - 1999): o cineasta completo.


Foi isso o que disseram sobre ele figuras como Martin Scorsese, Luís Buñuel ("'Laranja Mecânica' é o único filme sobre o real significado da vida moderna") ou Steven Spielberg ("Ele foi o grande mestre. Não copiou ninguém enquanto todos tentávamos atrapalhadamente imitá-lo")



Mascara 'De Olhos Bem Fechados'















Mais do que trazer uma cronologia do artista, desde o início de sua carreira até os últimos filmes que concebeu, a exposição apresenta a singularidade de sua obra e suas influências em seções dedicadas aos clássicos como Lolita (1962), 2001: Uma Odisseia no Espaço (1968), Laranja Mecânica (1971) e O Iluminado (1980).



Macaco de '2001: Uma Odisseia no Espaço'
"Em cada filme, em cada gênero, seja comédia, ficção científica ou épico, ele conseguiu criar uma tensão diferente", opina André Sturm, que trouxe a mostra ao Brasil. Ele próprio participou da criação do desenho das 11 salas principais, cada uma a um dos filmes de Kubrick.



A filmografia completa (exceto "Medo e Desejo", de 1953, renegado pelo próprio Kubrick) será exibida no MIS a partir de 11 de outubro, como tira-gosto para a homenagem a ele na 37º Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

Cunhado de Kubrick e produtor de alguns de seus filmes, o alemão Jan Harlan virá ao país para uma aula e a exibição de seu "Stanley Kubrick: Life in Pictures" (Uma Vida em Imagens).


Cena de 'Oluminado', os vestidos também estarão em exposição

"A exposição irá mostrar quanto trabalho e paixão há por trás de cada filme dele", diz Harlan. "Esta parece uma declaração banal, aplicável a qualquer grande criador, de Mozart a Monet, mas é este fogo que marcou a subjetividade de seus filmes."


Se para o público geral devem chamar mais atenção elementos cenográfico de filmes como "2001" (um dos macacos estará presente), "Lolita" ou da obra final do cineasta, o lúdico "De Olhos Bem Fechados", para Harlan um dos destaques da mostra é a documentação sobre dois projetos não realizados: um filme sobre o Holocausto ("Aryab Papers") e um longa sobre Napoleão Bonaparte.

Maquina de escrever de 'O Iluminado' que ficará em exposição

















Sturm, cujo Kubrick predileto é "Laranja Mecânica", aposta que, todos os dias, quando chegar ao trabalho encontrará filas de visitantes. "Pretendo que esta mostra seja para o MIS o que Rodin foi para a Pinacoteca", diz ele. "Não me parece tão difícil. Kubrick transcendeu o cinema. Ele criou ícones da cultura ocidental, presente até em camisetas e ímãs de geladeira do mundo todo."


Quando: de 11 de outubro de 2013 a 12 de janeiro de 2014
Quanto: R$10 a R$20
Onde: Museu da Imagem e Som
Avenida Europa, 158, Jardim Europa - São Paulo / SP

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Fellini respira cinema




O Museu da Imagem e Som (MIS) realiza em São Paulo com o Instituto Italiano di Cultura, a mostra "20 Anos Sem Fellini" em homenagem ao cineasta italiano Federico Fellini (1920-1993).
Considerado o mais italiano dos diretores, com o seu estilo humorado e sonhador, contrapõe a leva neorrealista de Vittorio de Sica ou Roberto Rosselini (Fellini foi roteirista de Roma Cidade Aberta) e filósofos marxistas como Ettore Scola. Fellini deu alicerces fundamentais à estética do surrealismo, do onírico e do impulsivo nos seus filmes. 
Cinema onde povoou sua nostalgia, seu narcisismo, em personagens grotescos como sofisticados. Seu erotismo anticlerical, porém atrelado a valores provincianos de uma italia simplória, conquistaram o mundo com uma linguagem cinematográfica totalmente inovadora.

Ano passado quando foi lançado Tutto Fellini, livro/exposição, mostrou peculiaridades que servem para entender melhor o cineasta, como o seu Livro dos Sonhos, álbum póstumo em que o diretor frases e desenhos para transpor suas angústias e obsessões noturnas. Iniciado no começo dos anos 60, o talento para desenhar transformou-se em terapia.
Aconselhado por um psicanalista junguiano, Ernst Benhard, com quem passou a consultar. Fellini decidiu registrar graficamente os próprios sonhos.
Um dos destaques vai para o menino Federico, vestido de marinheiro, subindo ao céus num cesto de balão em companhia do papa Paulo 4°, dando de cara com uma gorducha mulher de maiô. Fellini respira cinema.


A mostra relembra os clássicos de Fellini, incluindo "Abismo de um Sonho" (1952), "" (1963) e "A Doce Vida" (1960) o filme mais aguardado do festival.

Confira a Programação: 


01 de Outubro


18h30 - Os Palhaços 
(I Clowns) Itália/França/Alemanha, 1971. Cor, 92"

20h30 - Ginger e Fred 
(Ginger and Fred) Itália, 1986. Cor, 125"


02 de Outubro


18h30 - As Tentações do Dr. Antonio 
(Boccaccio '70) Itália/França, 1962. Cor, 53"

Block-Note Di Un Regista 
Itália, 1969. Cor, 40"

20h30 - A Voz da Lua 
(La Voce Della Luna) Itália, 1990. Cor, 120" 35mm


03 de Outubro

Amarcord



18h30 - Ensaio de Orquestra 
(Prova D'orchestra) Itália/França/Alemanha, 1978. Cor, 72", 35mm

20h - Amarcord 
Itália/França, 1973. Cor, 127"


05 de Outubro

Os Boas Vidas


15h - Os Boas-Vidas 
(I Vitelloni) Itália/França, 1953. P&B, 100"

17h - Abismo de Um Sonho 
(Lo Sceicco Bianco) Itália, 1962. Cor, 53"

19h - As Tentações do Dr. Antonio 
(Boccaccio '70) Itália/França, 1962. Cor, 53"

Block-Notes Di Un Regista 
Itália, 1969. P&B, 40"

8 1/2


21h -
Itália/França, 1963. P&B, 138"


06 de Outubro

A Doce Vida


15h - A Doce Vida 
(La Doce Vida) Itália/França, 1960. P&B, 174" 35mm

18h - Noites de Cabíria 
(Le Notti Di Cabiria) Itália/França. 1957, P&B, 110", 35mm

20h - Julieta dos Espíritos 
(Giulietta Degli Spiriti) Itália/França, 1965. Cor, 137"

Julieta dos Espíritos


08 de Outubro


18h - Histórias Extraordinárias 
(Histoires Extraordinaires) França/Itália, 1968. Cor, 121"

20h - Roma de Fellini 
(Roma) Itália, 1972. 128"


Onde: Avenida Europa, 158, Jardim Europa - São Paulo / SP
Quanto: R$6 (inteira) R$3 (meia)

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

The Gros Rouge Observer: Discos novos de Paul McCartney, Marcelo Jeneci e Rodrigo Amarante


Paul McCartney divulgou hoje a imagem da capa de seu novo disco, intitulado "new".



O disco que tem lançamento previsto para o dia 14 de outubro no Reino Unido, é o 16º do músico em carreira solo. Desde 2007 Paul não lançava trabalho inédito.

Confira o primeiro single do álbum "New" e abaixo as faixa dos novo disco.



01 - Save Us
02 - Alligator
03 - On My Way To Work
04 - Queenie Eye
05 - Early Day
06 - New
07 - Aprreciate
08 - Everybody Out There
09 - Hosanna
10 - I Can Bet
11 - Looking At Her
12 - Road


2



Quem também liberou o seu mais recente trabalho foi Marcelo Jeneci, o segundo disco do cantor chega as prateleiras brasileiras em outubro.

O disco tem produção de Kassun ao junto com Adriano Cintra. O primeiro álbum, "Feito pra Acabar", ficou entre os melhores discos de 2010 segundo algumas publicações, como a da revista Rolling Stone.

A faixa que da título ao álbum foi escrita por Isabel Lenza e Marcelo, que toca a música junto com Laura Lavieri (vocal), Kassin (guitarra), Adriano Cinha (programação), Mestre Marçal (percussão) e Thiago Calderano (tímpano e marimba)

Confira o single "De Graça"




3



Rodrigo Amarante também acaba de disponibilizar seu mais novo disco. O trabalho é o primeiro após o único disco do Little Joy, banda que além de Amarante tinha ainda Binki Shapiro e Fabrízio Moretti, dos Strokes.

"Cavalo" foi produzido por Noah Georgeson e gravado no Brasil e nos EUA, local onde Rodrigo fixa residência atualmente. O disco traz 11 faixas, com letras em português, inglês e francês. Rodrigo ainda disponibilizou um Making Of da gravação do álbum e um conjunto de imagens que explica o nascimento do disco e o que ele representa dentro do momento vivido pelo músico.

Assista ao Making Of e veja o texto aqui.

A turnê do disco tem shows confirmados em São Paulo (26, 27 e 28/09, no SESC-POMPEIA), Brasília (05/10, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães), Rio de Janeiro (11/10, no Circo Voador, e 09/11, no Circuito Banco do Brasil), Curitiba (12/10, Concha Acústica do TCA), Florianópolis (31/10, no Teatro do CIC) e em Porto Alegre (02/11, no Benjão (Do Amor, guitarra e baixo), Lucas Vasconcellos (Letuce, teclados e Rodrigo Barba (bateria, Los Hermanos)

Baixe e Ouça "Cavalo"

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Caleidoscópio da arte brasileira





Desde sua criação em 1951, a Bienal de São Paulo é, certamente, um dos principais centros de excelência e discussão das artes visuais do Brasil. Foram 62 anos, ou 31 edições, onde foram trazidas as mais diferentes verves das artes, o que se fazia de novo nas artes, no Brasil e do mundo.  
Uma prospecção de olhares sobre as 30 edições são o chamariz da 30 X Bienal, onde contam com mais de 250 obras de 111 autores, os quais ocupam o Pavilhão da Bienal. 




Há destaques como a arte abstrata que dominou os anos 50, passando pelo experimentalismo e a pop arte nos 60, arte conceitual nos anos 70, a retomada da pintura nos anos 80 e, hoje, as chamadas práticas contemporâneas. 
Com o efeito de não ser excludente em nenhuma corrente artística, de uma certa forma algo impossível, pois as bienais já contaram com 5,8 mil autores brasileiros até hoje. Com curadoria do carioca Paulo Venâncio Filho, parte de uma releitura cronológica  evocativos das transformações passadas pelos períodos da arte brasileira e seus 111 artistas escolhidos
``Não queria deformar a seleção dando mais nomes de umas ou outras bienais´´, diz Venancio Filho. ``Pensei no conjunto da obra, tentando respeitar os equilibrios´´.


As Ondas Paradas da Probabilidade, de Mira Schendel


Há certos crítérios de Venâncio, como não incluir artistas do primeiro modernismo, iniciando as escolhas pelas gerações influenciadas de alguma forma pelos debates trazidos pela Bienal, onde inicia-se pelos anos 50, onde os críticos veem como gênese de um projeto artistico e estético puramente nacional, com o inicio do abstracionismo geométrico, que atinge auge no concretismo paulista e o neoconcretismo carioca. 
Venancio Filho foca clássicos do construtivismo criado em São Paulo, com obras de Waldemar Cordeiro, Geraldo de Barros e Luiz Sacilotto, num espaço ao lado de nomes fortes da escola carioca, como Lygia Clark, Hélio Oiticica e Ivan Serpa.


Bolha Amarela (1969), Marcelo Nitsche

Há obras e momentos inesquecíveis como o trabalho de Cildo Meireles, onde cria um canto de sala virtual, com paredes pregadas a uma base de madeira, Anna Maria Maiolino mostra um filme mudo em que bocas aparecem sussurrando frases num diálogo impossível.
 ``É um discurso incoerente, que tem a ver com a época da ditadura´´, diz Maiolino.``Há uma busca de poder falar em um impedimento. Esse vídeo é como o pai de toda a minha filmografia, ordena tudo o que veio depois´´.
Na obra de Meireles, suas paredes derretendo coincidem com uma transição. ``Queria limpar a cabeça, botar ordem nas minhas ideias´´, quando lembra que a peça de 1967 seria exibida pela primeira vez, numa mostra censurada pela ditadura; o que outros fizeram da mesma forma, como a arte pop nacional de Claudio Tozzi, Rubens Gerchman e Mauricio Nogueira Lima, os quais partem da produção consumista norte americana para criticar a repressão.
Mesmo no pós ditadura, a geração 80, que marca a volta da pintura  com artistas como Nuno Ramos, Rodrigo Andrade e Paulo Monteiro, enfatiza o caráter radical de suas telas ultradensas e saturadas de cor. Sempre se atendo ao movimento em si, apesar de deslizes como o fato de a maoria dos artistas serem representados em uma obra, assim como algumas falsas harmonias entre contracampos artísticos, sugerindo a ideia de apaziguamento; Frente a tensões e discórdias da trajetória das bienais, atrelando-se a recepção crítica.


Agora é Hora de Fazer Nana, de Beatriz Milhazes

30 X Bienal 
Pavilhão da Bienal 
Av. Pedro Alvares Cabral
Terça a Domingo das 9h às 19h (quarta e sexta até às 22h)
Até 8/12
Grátis

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Cinema autoral e retrospectiva compõem o Indie Festival 2013




Após uma breve passagem por BH, o Indie Festival chega a São Paulo amanhã no CineSesc e traz a retrospectiva cinematográfica do francês Jean Claude Brisseau e do documentarista chinês Wang Bing. 

Um Episódio na Vida de Um Catador de Ferro Velho - Danis





Mulheres nuas e sexo tornaram o cinema do francês Jean-Claude Brisseau reconhecido. Na essência um contestador e um homem de ideias filosóficas, Brisseau construiu uma cinematografia que vai muito além dos apelos eróticos que seus filmes aparentam à primeira vista.



O Som e a Fúria - Brisseau

Um cineasta verdadeiramente independente que aos 69 anos não segue, e nunca seguiu, o estilo dominante do cinema francês dos últimos 20 anos, os dilemas burgueses e da elite, e direcionou sua narrativa para as periferias de Paris, para Saint-Étienne, as escolas e a vivência dos professores (que Brisseau foi durante muitos anos), a violência de uma sociedade desigual e das famílias disfuncionais e, claro, o simbólico: o sexo. Seus filmes nunca foram construídos por uma só matéria: filosofia, sexo, violência, injustiça social, desejo e, claro, a beleza do corpo.



Fengming: Memória de uma Chinesa - Wang


Já Wang Bing, recém formado em fotografia, em 1999, o jovem chinês alugou uma câmera DV e foi explorar o distrito industrial Tie Xi Qu, vizinho a cidade de Shenyang. Ele não sabia que este seria o seu primeiro passo para entrar para a história do cinema mundial, ao construir uma trilogia que expõe o declínio dos modos de produção comunista: A Oeste dos Trilhos. Com seu olhar persistente e atento, Wang trouxe à tona uma China jamais vista de tão perto pelo Ocidente. Gravou exaustivamente a decadência de três grandes indústrias de metais pesados, ícones da região nordeste do país, onde trabalharam mais de um milhão de operários.



Arranha Céus Flutuantes - Tomasz

Entre os destaques estão "Arranha Céus Flutuantes", do polonês Tomasz Wasilewski, que explora a questão da hetero e homossexualidade. Outro é "O Som e a Furia", de Brisseau, que conta a história de Bruno, um menino que acaba de se mudar para a casa da mãe e cria amizade com um garoto delinquente na nova escola. E por fim "Fengming: Memória de uma Chinesa", de Wang Bing. O documentário revela o depoimento da senhra Fengming, e faz um passeio pela China da década de 40 até hoje.


Heli - Amat



Confira a programação completa: Indie Festival

Quando: de 20 de setembro a 3 de outubro
Onde: CineSesc - Rua Agusta, 2075 - São Paulo
Quanto: Entrada Franca

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Impulsos Oníricos




Com uma média de quatro páginas por dia, durante dois meses e meio, até chegar às 320, de Passageiro do Fim do Dia, lançado pela editora Cosac Naify, Cadão Volpato faz uma bela estreia em seu primeiro romance. Criador da banda Fellini, em 1984, tem autoria de quatro livros de contos. 

O convite para a estreia no romance surgiu por um convite de Luiz Ruffato, em 2011. Ruffato era na época curador de literatura contemporânea da editora portuguesa Babel, extinta após menos de um ano. 
Ao escrever como um conto diário o romance, a trama é bastante autônoma, assim como os protagonistas, meio antipodas da progressão usual dos romances, com direito a devaneios abruptos, enquanto viajam pela história, em diversos lugares como São Paulo, La Paz, Patagônia, Amsterdam, Lima e Buenos Aires. 



A trama gira em torno de Rivoli, um arquiteto paulistano, com cara de sueco e Tortoni, um taxista portenho que leva o apelido do famoso café da Avenida de Mayo.
Juntos vão ao hotel do fim do mundo na Patagônia em um carro alugado. Pelo deserto mora o desvario de impressões e marcas entre realidade e o sonho.
Anos depois, em São Paulo, o destino dos dois se une novamente, agora pelo encontro de seus filhos. O motivo. A ditadura militar brasileira e argentina cuja repressão recai dobrada aos jovens latino americanos.
A partir dos protagonistas, uma gama de personagens passam pelo romance, como Francesco, filho de Tortoni, um ``às´´ do futebol, mas tem sua ``carreira´´ ofuscada pela ausência paterna. Juntamente com a linda Gábi, cuja relação não se sabe, são forçados a se autoexilar no Brasil, onde se tornaram alvo do regime. Sílvia, filha de Rivoli, enxerga extraordinários seres feitos de fumaça azul e Rodrigo, namora uma garota ``cheinha´´, não muito bonita e tampouco feia e que nunca termina seu perfil de Fernando Pessoa feito em carvão.  


Volpato quer dar luz a personagens que habitam o universo comum, mas com sutilezas que os fazem únicos. Uma certa infantilização das personagens fazem-os adentrar nas mais diversas dimensões do tempo e espaço, e talvez até encarar uma ditadura militar sem a consciência dela. Lao, o Judeu, apesar de inocente garoto apolitizado, foi torturado pelos militares, onde levou sequelas morais traumáticas.
``Você é distraído ou não? Como as pessoas que passam pelos sonhos´´, faz alusão a gama de passageiros do mundo de Rivoli e Tortoni. Afeições jamais explicadas, como Donacci, simpatizante por Rivoli, Elisa, sua futura esposa que Rivoli ``gostou sem saber por quê´´ ou fenomenos idílicos como a cena da chuva em Lima, onde o talvez único guarda chuva da cidade em mãos de Rivoli profetizasse o impossível em suas mãos.

Quem sonha não sente saudades, logo não há arbitrariedade no encontro e desencontro das personagens. Simplesmente vem e vão ao esboçar um universo do infinito, onde as partículas elementares da matéria são rearranjos de pessoas, culturas e histórias que nunca mais se encontrarão.

Certamente Volpato aposta em um conceito contrário a literatura recente, que deve haver uma segurança de se tentar fazer uma trama, sem obstáculos reais, dada pela inércia ideológica do momento e o individualismo. Não só o momento das ditaduras latino americanas, mas a integração entre os jovens, os sonhos e a liberdade, deram mais do que pretextos para combatê-la, mas viver a vida de forma mais sincera, mais aventureira e romântica.
Um sonho artesanal construído a esmo. Um jogo de impulsos oníricos.

``Penso no carrossel de escritores que giravam na minha cabeça´´. Robert Walser (o sonho do título vem das personagens dele), Juan Rulfo (Pedro Páramo me emprestou a fantasmagoria), Elio Vittorini (Conversa na Sicília é um dos livros que eu mais amo), Natalia Ginzburg (pela música meio rústica e divagante) e Aldo Buzzi (Viagem à Terra das Moscas, de onde tirei o espírito viajante do romance, é obra de uma alma livre)´´, diz Cadão Volpato sobre as influências sobre seu romance.

Pessoas que Passam Pelos Sonhos 
Cadão Volpato
320 págs.

Cosac Naify

terça-feira, 17 de setembro de 2013

As novas crônicas berlinenses

O terno "Escola de Berlim" não se refere propriamente uma escola de cinema, mas sim a um conceito cinematógrafo, um estilo estético do cinema alemão nos últimos 20 anos.

A Cidade Abaixo

Esse novo estilo pode ser debatido na mostra que o CCBB irá realizar juntamente com o Instituto Ghoete. Além dos filmes será realizado um debate - e com convidados como os diretores Henner Winkler e o curador Thomas Arslan passarão por São Paulo , só depois irá ao Rio, onde abrigará a mostra a partir do dia 27.

Saudade

Serão exibidos 19 filmes produzidos entre 1990 e 2013. Boa parte das produções são inéditas no país, incluindo 'Marseille', de Angela Schalenec, exibido na sessão Un Certain Regard do Festival de Cannes, e Ouro, de Thomas Arslan, que participou da mostra competitiva do Festival de Berlim, em fevereiro. Quem assistir a pelo menos cinco títulos do programa ganhará, gratuitamente, o livro catálogo com textos inéditos.


Marseille














Um dos primeiros a perceber o fenômeno que seria 
conceituado como Escola de Berlim, o crítico Georg Seesslen escreveu no jornal Die Tageszeitum sobre o aparente paradoxo - "Você vê algo que se vê diariamente e perceber, no mesmo instante, que nunca viu antes." Vale contextualizar - nos anos 1990, o cinema alemão era dominado por comédias leves, coproduzidas pela TV privada. Contra isso se insurgiu um grupo de jovens cineastas de Berlim. Christian Petzold e Thomas Arslan, entre outros, mudaram o foco e passaram a fazer filmes que retratavam a suposta banalidade do cotidiano. Só que trataram o banal num estilo hiperrealista, no qual embutiram questões relevantes - existenciais, filosóficas, políticas.


A Doença do Sono

A Escola de Berlim ampliou-se e hoje abriga autores de outras cidades, como Munique, sem que fale, por isso, de uma Escola de Munique. O importante é que todos esses filmes retratam uma Alemanha como você não costuma ver na tela. Seus diretores possuem base teórica e Christian Petzold, Benjamin Heisenberg e Christoph Hochhäusler editam duas vezes por ano uma revista sugestivamente chamada Revólver, com a qual disparam textos irados contra o establishment sócio/econômico e as tendências estéticas vigentes.  E tudo começou nos anos 1970, quando o pioneiro Haroun Farocki fazia seus filmes no meio operário. Foi o mestre de Petzold e até hoje é roteirista de seus filmes. Uma das atrações da mostra, veja no quadro, é um filme dele.

Excursão Escolar

A programação ainda conta com a presença do diretor Henner Winckler ("Excursão Escolar"), no sábado, 21, às 16h, em debate que também conta com a participação do curador Georg Seesslen e do cineasta Thomas Arslan.



MOSTRA ESCOLA DE BERLIM
Onde: Centro Cultural Banco do Brasil - Rua Álvares Penteado, 112, metrô São Bento.
Quando: de 11 a 28 de setembro
Quanto: R$4 (sessões em DVD, grátis)

Confira a programação completa: CCBB - São Paulo

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

A Estrada da Redenção





Las Acácias (2010), de Pablo Giorgelli, filme independente, pequeno no elenco, roteiro mínimo, mas de tamanha profusão humana, levou o prêmio Cámera d´Or no Festival de Cannes. Em cartaz agora no Brasil.
Um filme corajoso pela dificuldade de se mimetizar ao naturalismo e a redenção. Giorgelli queria um caminhoneiro comum para fazer Ruben (German de Silva), mas tinha necessidade de fazer cenas mais intensas, onde a carga emocional devia ser transmitida ao longa. Para fazer Jacinta, Giorgelli usou uma atriz amadora, Hebe Duarte, a mãe paraguaia que busca vida melhor em Buenos Aires, que leva um bebê de colo. Na verdade foram usados três bebês para o filme. 



Nos anos 90, o pai de Giorgelli fica doente e ele, sem razão alguma, se distanciou da família, largou a mulher com quem vivia na época e perdeu o emprego. Entrou em uma espiral de desespero e angústia. Isso foi ao mesmo tempo a redenção de Giorgelli, aproximando da família, sonhando com o pai que poderia ser. Daí nascera o embrião de Las Acácias.``Tinha necessidade de proteção. Queria, desesperadamente, que alguém tomasse conta de mim. Ninguém pode cuidar de você para sempre, você tem de se cuidar, valorizar´´, diz Giorgelli.




A estrada é a metáfora da vida desse road-movie de construção de personagens. A imposição de ambiente tão opressor e solitário como uma cabine de caminhão, leva ao descaso com tempo, mas arguta o pensamento sobre a vida e quem deixamos atrás desses mais de mil quilômetros de viajem. Rúben constrói um enigmático personagem, onde leva um passado tortuoso de uma paternidade não vivenciada, onde os sentimentos vivem à deriva do desejo e recusa.
Giorgelli explora campos em que a dependência mútua das personagens vai crescendo ao decorrer da viajem. 



A descoberta do próximo e a assimilação sobre o indizível, o silêncio que os une; talvez pelo medo de se expor, do próprio medo da violência, more algo que mostre o valor que os dois tem por estar aqui viajando. 
Todos tem problemas. Não se sabe porque Jacinta saiu do Paraguai, pois ela afirma que não há pai da pequena Anahi. Por aventura de uma bisbilhotice, Jacinta descobre o paradeiro do passado de Ruben, um suposto caminhoneiro sem família que leva a carga de acácias para Buenos Aires. Na fotografia descoberta, Ruben, um pai cativo, presenteando seu filho uma bicicleta. 
As acácias cortadas, que geram o motivo da viajem de ambos, são as esperanças cortadas pelo caminho opressor da vida. Na estrada se constrói uma relação em cima das ruínas, contornando uma relação que sai da aspereza e estranhamento para se tornarem únicos na viagem. Sem prévios julgamentos, tão frágeis sozinhos, tão condizentes juntos. 




Las Acácias 
Argentina/Espanha, 2011
Pablo Giorgelli