sexta-feira, 30 de agosto de 2013

The Gros Rouge Observer: Show em São Paulo (SESC-SP)

Inicialmente dizendo que a venda começa hoje às 14h pelo site ou comprando presencialmente nas unidades.

Obs: Hoje as vendas online não ocorrerão por falha de sistema.




Projeto 73 rotações, traz com curadoria do site Radiola Urbana, interpretações de grandes clássicos da música lançados em 1973. Paralelamente serão produzidos 8 podcasts que abordam demais álbuns do ano, que incluem Matita Perê, do Tom Jobim a Space in The Space, do Sun Ra.




Dia 26 de setembro Karina Buhr sobe ao palco para tocar Secos & Molhados, disco de MPB/Rock que consagrou Ney Matogrosso e revelou a versatilidade de João Ricardo. O visual andrógeno e antropofágico, remetendo o Dzi Croquettes muito tem de semelhante ao figurino de Karina Buhr que promete sempre performances arrasadoras.
Dia 27, toca Cidadão Instigado, com The Dark Side of The Moon do Pink Floyd, dia 28 Céu toca Bob Marley & The Wailers e seu Catch a Fire e Fred 04, do Mundo Livre S/A, toca dia 29 o emblemático disco de Nelson Cavaquinho.  

Sesc Santana 
Av. Luis Dumont Vilares, 651




O cantor, compositor, escritor, poeta, cineasta e violinista, Jorge Mautner é um dos grandes arquitetos da música ``maldita´´ da MPB. Conheceu no exílio em Londres, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Torquato Neto. 
Recentemente foi lançado Filho do Holocausto, documentário sobre o artista. Nesse show Mautner remonta Pra Iluminar a Cidade (1972), seu primeiro disco. Disco que desponta canções emblemáticas como Super Mulher, Estrela da Noite, Anjo infernam Quero Ser Locomotiva, Sheridan Square, From Faraway (parceria com Caetano Veloso) e a folclórica Sapo Cururu, que fora apresentada a ele por Cecília Guarnieri em 1959. 

Dias 27 e 28 ( Sex. e Sáb. às 21h)
Sesc Belenzinho
R. Padre Adelino, 1017 -Belenzinho




Na mesma unidade a banda de Brooklyn, Beach Fossils, lançou o homônimo Beach Fossils (2010) e Clash The Truth (2013). Banda joga com um revival do lo-fi, shoegaze e post-punk, juntamente com bandas como The Drums e Kurt Vile. 





Dia 28 de setembro às 21h30
Sesc Belenzinho
R. Padre Adelino, 1017 - Belenzinho





Sesc Pompeia tem vários shows bacanas, como o esgotado para semana que vem Tulipa Ruiz, lançando Tudo Tanto em vinil. 
Otto lança Moon 1111 na Choperia da casa com shows dias 5, 6 e 7, com participação de Mestre Galo Preto, figura lendária do coco e parceiro de Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga.
Dia 12 a banda gaúcha Cachorro Grande lança seu DVD Cachorro Grande Ao Vivo no Circo Voador às 21h30.













Mundo Livre S.A x Nação Zumbi, os mais proeminentes do Manguebeat aceitaram o projeto da Deck Disc interpretando sete dos maiores sucessos de cada banda. Dia 17 e 18 às 21h30 na Choperia.
O grupo paulistano de afrobeat Bixiga 70 se apresenta dia 19 e 20 às 21h30, revive o espirito do Nigeria 70 e Egypt 80 e seu líder Fela Kuti, com direito a excursões na música latina e brasileira.











O destaque é o lançamento de Cavalo, o primeiro disco solo de Rodrigo Amarante. Produzido por Noah Georgeson. Amarante participou de projetos elogiadíssimos de Devendra Banhart e tocou em festivais como Glastonbury. 




Sesc Pompeia 
R. Clélia, 93 





O primeiro disco do rapper Emicida, O Glorioso Retorno de Quem Nunca Esteve Aqui, será lançado com muitas participações especiais abrangendo outras vertentes juntamente com o hip hop, mesclando elementos do pop e samba.
Dia 10 tem Pitty, Juçara Marçal. Wilson das Neves e Tulipa Ruiz. Já dia 11 tem Pitty, Juçara Marçal. Wilson das Neves e Quinteto em Branco e Preto. 

A lenda do instrumental brasileiro Amilton Godoy comemora 60 anos de carreira e 49 de seu grupo Zimbo Trio. O time de peso terá Percio Sapia, Marinho Andreotti, Proveta, Teco Cardoso, Lea Freire, João Parahyba (ex-Trio Mocotó) e Fabiana Cozza. Dias 13 às 21h.



Luiz Tatit, Zé Miguel Wisnik e Arthur Nestrovski & Banda no espetáculo O Fim da Canção, foi lançado pelo Selo Sesc e é uma viajem ao cancioneiro brasileiro com muita elegância. 

Sesc Pinheiros 
Rua Paes Leme, 195




Dia 10 e 11às 21h no Sesc Vila Mariana, Lucas Santtana dirige uma comemoração dos 40 anos do Dub jamaicano. Participam também Céu, Bi Ribeiro, Jorge du Peixe e Anelis Assumpção. 



Uma das surpresas do intrumental brasileiro é Ricardo Herz. Com seu quarto disco Aqui é o meu Lá, leva a direção de Benjamim Taubkin. Ele impõe ao violino uma sonoplastia próxima a sanfona e o ronco da rabeca. Suas influências de Dominguinhos, Egberto Gismonti, Jacob do Bandolim, tem toda uma esperiência de improviso do jazz com melodias do choro e ritmos africanos. Dia 19 às 20h30.





Sesc Vila Mariana 
Rua Pelotas, 141

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

O pregão de rua e o cancioneiro de Chico e Caymmi



Inicialmente como tese de doutorado em Literatura Brasileira na FFLCH-USP, Walter Garcia em Melancolias, Mercadorias, abrange o cancionário da música popular brasileira em ganhos que perpassaram desde o pregão de rua dos idos da nossa antiga República até aos novos tempos e dialética com a crônica contemporânea urbana as canções Preta do Acarajé, de Dorival Caymmi e Carioca, de Chico Buarque.
Escritor de obras capitais como Bim Bom (1999) e o polêmico João Gilberto (2012), que deu uma série de problemas judiciais com o cantor, que não queria que o livro fosse circulado.



O pregão de rua, especificamente em Salvador toma a primeira parte do livro. Com passado colonial, após a abolição da escravatura, a população se pautou no comércio de rua para a sobrevivência, o que ocorria já com os escravos de ganhos e as famosas quituteiras baianas. O pregão popular possibilitou um diferencial na criação da música evocatica com o intuito de chamar a atenção do comprador e de uma poética muito próxima da canção popular, facilmente entendida pela população e com uma naturalidade que todos posteriormente irão usar na escanção de suas músicas. Nasce daí uma ideia vaga de vendedores informais, a criação de verdadeiras peças de publicidade na época, ou nos tempos mais próximos, os famosos jingles dos anos 50.

Delas ficaram imortalizadas como Hilária Batista de Almeida, a  Tia Ciata, quituteira de mão cheia e mãe de santo das ruas de Salvador, ao mudar para o Rio de Janeiro foi uma das pioneiras do samba no nascimento das primeiras favelas. Ela concebeu o primeiro samba da história em sua casa, o maior reduto dos sambistas da época; Pelo Telefone, atribuído a Donga e Mauro de Almeida.





Em meio a esse momento nasce, em 1939, A Preta do Acarajé, de Dorival Caymmi e Carmen Miranda (atribui-se uma possível participação de Dalva de Oliveira na canção, na época, desconhecida). 
Garcia toma como eixo propostas de Sérgio Buarque de Holanda e o conceito da cordialidade e o panorama de Gilberto Freire em Casa Grande Senzala onde se pauta a lógica pós escravista de mercado e suas adaptações a novos horizontes da economia, com uma crescente produção do café e a primeira leva de imigrantes contracenando aos ex-escravos marginalizados e sem trabalho. 
A pesquisa acerca da melancolia contida nas canções de Caymmi, a sua fama de preguiçoso e a lógica de mercado das suas músicas e da ascensão da rádio são elucidadas de forma a entender também peculiaridades do compositor.




Carioca ocupa um lugar no imaginário da crônica urbana, da terceira Revolução Industrial. Sem se atrelar ao passado de Chico em suas primeiras canções, nem ao seu cunho de protesto, a estética de Chico se perpetua na frase de Fernando de Barros e Silva. ``[Chico] Faz como escrevesse a história duas vezes, nos revelando o que somos e aquilo que não nos tornamos´´. 
Garcia traz a crônica de Noel Rosa, o sambista típico da crônica urbana juntamente a popularização do gênero textual, muito pelo acesso aos jornais e a alfabetização. É sem dúvida um reforço a cultura oral tamanhos expoentes como Rubem Braga e Sérgio Porto e Adoniran Barbosa.
A idealização da Bossa Nova inexiste em um Rio cerceado de drogas, prostituição, as novas canções populares, como evoca Chico ``Hoje tem baile funk´´, o poente do sol já se transforma em uma mítica resvalada em mistério e receio, tenta acima de tudo ter uma poética cordial, fechando o ciclo evocando novamente Sérgio Buarque, pois jamais o político-social apresentará um traço definitivo de caráter nacional. Por isso o brasileiro deve aprender a conviver para sobreviver. Carioca tente a inércia sobre os valores utópicos que cada vez se encontram menos em sua concretude, de um Rio que convive com o valor arquétipo do pregão de manhã, mas dá espaços a novos valores que não aqueles que um dia foram seus, mas que impõem respeito em sua magnetude de novos costumes que virão e aos que já   estão e nós nos negamos a aceitar enxergar.








Melancolias, Mercadorias 
Dorival Caymmi, Chico Buarque, o Pregão de Rua e a Canção Popular-Comercial no Brasil
267 pág.
Walter Garcia 
Ateliê Editorial

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Fragmentos de uma Metrópole





O baiano Mario Cravo Neto nunca negou suas origens. Com uma carreira invejável, tendo suas obras expostas na Bienal de São Paulo, MAM do Rio, MoMA e Stedelijk Museum. Mario , sem dúvida, é um dos precursores da fotografia artística, quando suas excursões sob o olhar da lente não eram debatidas como nos dias de hoje. Seu conceito da visceralidade das imagens, expondo um relato cru da natureza humana, muitas vezes dissolvido nas entranhas da metrópole, urge em sentir a visceralidade da pulsão a vida e ao cotidiano; mesmo as vezes sem forças para demonstrar tal façanha.




Com a curadoria de Diógenes Moura, a exposição Butterflies and Zebras, fora feita em conjuntura com Mario em 2006, mas o artista veio a falecer em 2009, o que dificultou a viabilidade do projeto.
São 45 fotografias em preto e branco, emblemáticas pela estilística de Mário, fotos e cartas pessoais do artista e 250 imagens coloridas feitas no final dos anos 60 em Nova York, onde Mario une Salvador e todo seu arquétipo colonial se defronta ao centro da efervescência social no mundo, com o movimento hippie, o feminismo, os Panteras Negras e a crítica a guerra do Vietnã. 

A arte sem dúvida catalisou tal rebuliço, com a pop art, a música de protesto e o rock psicodélico. ``Naquele momento, Nova York foi um excesso para ele´´, diz o filho do autor, Christian Cravo. ``Um jovem de 23 anos que sai de um mundo despretensioso e sem concorrência, para cair numa Nova York sem a menor delicadeza´´.



Eva Christensen foi o motivo da viagem de Mario a Nova York. Ao empreitar grande aventuras e viagens longas, a dinamarquesa Christensen saiu da Europa para os EUA, onde não parou mais de conhecer novos horizontes, passando pela América Latina, onde fez uma ,talvez óbvia, ponte Nova York-Rio. De lá seguiu a Salvador, onde a esposa de Mestre Didi, a argentina Juanita Elbein apresentou Mario Cravo Filho. 
Cravo Filho, sugeriu que Christensen conhecesse o interior da Bahia, viajando com seu filho Cravo Neto, onde era época de São João. Foram a Cachoeira, no Recôncavo Baiano, onde durante a viagem se apaixonam e a proposta sobre morar em Nova York surge a Cravo Neto. 



``Ele usou a câmera para conhecer a cidade´´, diz Diógenes Moura. Nota-se nas fotos que ele fazia na rua, no metrô, imagens fragmentadas, detalhes de mãos, pés, rostos. Acima do voyeurismo, a câmera fotográfica ajudava a passar despercebido também permitia que desse a sua marca ao lugar. A captação das fotos as quais ele lida com o interno e externo de seu apartamento, revelam o esfacelamento da autonomia frente a opressão da cidade metropolitana a individualidade do artista. Por isso não são datadas as fotografias, muito menos tem legendas. Transcendem o espaço e tempo.






Mario Cravo Neto - Butterflies and Zebras 
Estação Pinacoteca 
Lgo. General Osóri, 66 - Luz
tel: 3335-4990
Sex. Sáb. 10h Às 18h
R$6,00 (grátis aos sábados, menores de 10 anos e maiores de 60)
27 de julho a 10 de novembro 






sexta-feira, 23 de agosto de 2013

The Gros Rouge Observer: Disco Novo do Garotas Suecas, Franz Ferdinand e Móveis.





A banda paulistana Garotas Suecas lança seu segundo trabalho, Feras Míticas, e parece que saiu do molde pop rentável sessentista, o que proporcionou a banda excursões para o exterior, como o New York Times observou em Escaldante Banda (2010). A fórmula rock lisérgico dos 60, soul, fase Racional do Tim Maia, jovem guarda parecem diluídas em um projeto mais audacioso e sólido. E que certamente já galgou espaço lá fora pela brasilidade de suas canções com produção do inglês Nick Grahan-Smith, o que aproximou os moldes a serem feitos na estética de suas canções e seu público alvo. 
Feras Míticas será lançada no Brasil em setembro, mas apresentações do disco novo da banda já cerceiam o Sesc Carmo, nessa segunda feira e no Auditório do Ibirapuera em setembro. Lá fora o selo espanhol Vamp cuidará do lançamento da banda internacionalmente.



Download


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Previsto o lançamento para dia 26, Right Throughts, Right Words, Right Action, da banda escocesa Franz Ferdinand mostra como eh possível continuar bom, sem o desgaste da fórmula e das harmonias desde seu primeiro disco. A história do do disco nasceu em um mercado de pulgas, onde Alex Kapranos achou um cartão postal. Nele estava escrito ``Come home, pratically all is nearly forgiven´´.
Com convidados como Roxanne Clifford, da Veronica Falls, em Fresh Strawberries deixa uma homenagem aos Beatles. A banda se deixa levar até o reagge em Brief Encounters. Em Universe Expanded já tem um toque da banda em excursões que remetem ao jazz, sintetizadores que criam um clima sci-fi, submersos ,talvez, em um livro de Kurt Vonnegut. Mais um acerto da banda. 






O clipe de Love Illumination é sensacional
Confira:





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A banda brasiliense Móveis Coloniais de Acajú apresente seu novo trabalho De Lá Até Aqui e mostra que a banda veio para tocar na rádio. Com um apelo bem comercial sem soar piegas não ofusca a criatividade da banda, que famosa pelas influências sessentistas e o lirismo pós moderno/engraçado.
A instrumentação é algo que amadureceu mais, com um contingente de 10 integrantes, soube usar dos artifícios para a confecção das canções que remetem ao rock oitentista de Brasília, assim como a disco, o uso arguto de metais, o funk ``brazuca´´ pelo timbre percussionado juntamente a base groove dos metais e baixo, é um dos grandes discos de 2013.


Download





quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Revisitando a fotografia Moderna




A SP Arte/Foto celebra sua sétima edição com novas galeria e o reconhecimento, sempre crescente, da fotografia na criação artística contemporânea.

Este ano, serão apresentadas ao público 250 obras e estreiam na Feira as galerias A Casa da Luz Vermelha, de Brasília; Kamara Kó, de Belém; Eduardo Fernandes e Jaqueline Martins, de São Paulo; e Tempo. Retornam as galerias Celma Albuquerque, de Belo Horizonte; Sim, de Curitiba; Gávea, Luara Mariaj e Pequena Galeria 18, do Rio de Janeiro; Arte 57, Arteedições, Baró, Casa Triângulo, Dan, Fass, Fauna, Fotospot, ims, Leme Logo Luciana Brito, Lume, Milan e Nara Roesler, todas de São Paulo.

Alberto Bitar


Pelos espaços do evento circulam críticos, curadores, galeristas, colecionadores, artistas e público, estando todos convidados a dialogar e a aproveitar esses cinco dias de intenso contato e fruição, além de os visitantes da feira poderem conferir de perto o crescimento do mercado de arte nacional, que em 2012 atingiu 22%, e também diz respeito à fotografia.
A mostra representa um marco no mercado de fotos no Brasil, que pelo desfacelamento de alguns polos de venda de arte na Europa, por exemplo, começa a ganhar espaço por aqui que, por sua vez, se apoia na geração modernistas. Na mostra teremos um panorama do que está sendo produzido de novo e artistas consagrados como Gaspar Gasparian, Cristiano Mascaro, Claudia Melli, Sheila Oliveira, Damien Hirst e Sebastião Salgado,Geraldo de Barros, German Lorca, Gaspar Gasparian e Thomaz Farkas. 

A SP-Arte apresenta a exposição "Paulo, José e Ademar - 3 Modernos" que resgata importantes nomes da fotografia moderna dos anos 1950 e 1960 no Brasil, com curadoria de Isabel Amado e Iatã Cannabrava. A revista SeLecT, a Zum Revista de Fotografia e o jornal O Estado de São Paulo foram convidados para colaborar com a programação Cultural da Feira; o Estúdio Madalena traz uma seleção especial de livros sobre o tema e a Livraria da Vila hospeda lançamentos e o Ciclo de Encontros em seu auditório.

Octavio Cardoso



Confira a programação:

22 de Agosto

14h - Exposição: Paulo, José e Ademar - 3 Modernos

Exposição de fotos clássicas. Para 3 artista, a fotografia é um ato criativo, é um processo elaborado antes e depois da captura dos assuntos, comuns àquele grupo.

15h - Palestra: Cia. de Foto e Antonio Gonçalves Filho | Estadão

Conversa entre os integrantes da Cia de Foto e o jornalista crítico Antonio Gonçalves Filho, do Jornal, O Estado de São Paulo

Onde: Auditório da Vila, 2º piso JK Iguatemi


Bruno Drolshagen


23 de Agosto

15h - Palestra: Lucas Bambozzi e Giselle Beiguelman | SeLecT

Conversa entre Lucas Bambozzi e Giselle Beiguelman, da revista SeLecT
Onde: Auditório da Livraria da Vila, 2º piso JK Iguatemi

17h - Lançamento, Palestras: Sergio Burgi, do IMS e Ricardo Albuquerque

Conversa entre Sergio Burgi, do IMS e Ricardo Albuquerque, sobre a obra de Chico Albuquerque, seguida do lançamento de seu livro.

Onde: Auditório da Livraria da Vila, 2º piso JK Iguatemi

Bob Menezes


24 de Agosto

15h30 - Palestra: Leo Bubinnfein

Leo Rubinfein, fotógrafo e curador, especializado na obra de Gary Winogrand
Onde: Auditório da Livraria da Vila, 2º piso JK Iguatemi

Entrada Franca.

Para mais informações: SP-Arte/Foto

German Lorca

terça-feira, 20 de agosto de 2013

A Consciência da China




Em cartaz no Brasil depois da primeira exposição do artista, Ai Weiwei Interlacing no MIS-SP, Ai Weiwei: Never Sorry (2012) ilustra mais um pouco a trajetória do artista Ai Weiwei, um dos mais influentes artistas contemporâneos e suas múltiplas plataformas desde pintura, fotografia, performances, arquitetura, juntamente ao ativismo político e social contra a repressão do Partido Comunista Chinês.




Alison Klayman retratou o documentário como um misto de biografia/diário do artísta que passa desde o conhecimento de Weiwei e Klayman em 2011 até a sua prisão pelas autoridades chinesas, após uma suposta acusação de sonegação de impostos.




O filme mostra o dia a dia da produção de instalações magníficas como Sunflower Seeds (2010) e suas 100 milhões de sementes de porcelana pintadas individualmente, por 1600 artesões chineses, no Tate Modern, em Londres. E o projeto do estádio Ninho de Pássaro, que fora usado nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008.
Projeto de denúncia Citizens Investigation, pelo terremoto de Sichuan de 2008, que matou mais de 70 mil chineses, sendo que cerca de 5 mil estudantes foram soterrados em escolas públicas mal construídas. Como Weiwei diz ``escolas de tofu´´. Weiwei então busca o paradeiro dos nomes das vítimas omitidos pelo governo chinês.
Sofre perseguições da polícia, tem o quarto invadido e sofre agressões das autoridades chinesas, tem seu blog fechado pela censura.




O filme tenta retratar o que é arte hoje, se ela existe nesses dias. Além do esteriótipo da figura controversa que todos tem de Weiwei ou um cara maluco que somente quer aparecer e se aproveitar da represália do governo para servir de plataforma para a sua arte. Todas as respostas são válidas. 
Ele é artista acima de tudo, vemos isso claramente no empenho em exercer arte e manter essa chama viva, através não só do seu apuro individual, mas de trazer a tona realidades não mensuráveis a nossos olhos, sob a óptica de um povo chinês que lida com omissões como desaparecimentos, a censura e a corrupção. Fora o preconceito em ter uma figura pop autêntica fora do cânone dos países desenvolvidos. Os EUA sempre manterão um lobby de um soft power temerário e preconceituoso de cultura e arte que podem ser tão bons senão melhores que a mesmice que vemos na tradicional arte contemporânea. Ele emana da consciência da China, de mudar, ser livre e pensar; sem ideologias precisas, sempre provocando e denotando desvios que o comunismo ainda traz para os chineses, se afastando de um passado como a Revolução Cultural, de Mao Tse-Tung.



Ai Weiwei. Never Sorry (2012)
Alison Klayman


Cinesesc 
Rua Augusta, 2075 - Cerqueira Cesar
São Paulo

domingo, 18 de agosto de 2013

11° Bourbon Street Festival reaviva espirito vanguadista de New Orleans





São Paulo abriga o 11° Bourbon Street Festival, evento que traz destaques da cena musical negra dos Estados Unidos, em especial New Orleans, o berço do jazz. A edição do ano passado reuniu 40 mil pessoas nas atrações e esse ano promete mais.
Criado em 2003 o festival comemora 10 anos, abrangendo ritmos das vertentes elementares do nascedouro de New Orleans e Louisianae, e a progressão histórico, blues, brass, zydeco, soul, R&B.
Há no festival a gastronomia tradicional  cajune créole, que será servido nos shows do Bourbon e terá apresentações gratuitas no Parque do Ibirapuera no dia 18 e 25 de agosto no Parque do Ibirapuera.





O Trompetista Leroy Jones se apresenta com a cantora Topsy Chapman. Jones ainda mantém acesa a chama da tradição jazzistica de New Orleans, mostrando a verdadeira verve de precursores do gênero como Louis Armstrong, Buddy Bolden, Danny Barker, mas também compõe elementos do bebop de Clifford Brown, outro grande nome do jazz. Com Chapman, que canta elementos gospel em suas canções e o jazz de Dixieland.



Com o título de embaixatriz cultural de New Orleans, Wanda Rouzan mescla elementos de jazz, R&B, soul e spirituals. 
Influenciada por Billie Holliday, Dinah Washington, Ella Fitzgerald, gravou o seu primeiro disco aos 13 anos. 
Sua carreira de atriz, possibilitou uma mise en scene ao interpretar o papel de Billie Holliday, foi premiada nos anos 90, Wanda se apresentou no Bourbon de 1999 e 2006.







Trombone Shorty, prodigioso tromponista de apenas 27 anos foi eleito pela crítica da revista Downbeat como o melhor músico em ascensão deste ano, foi atração especial para o encerramento do New Orleans Jazz & Heritage Festival 2013, mescla jazz, funk e hip hop.



PROGRAMAÇÃO:

Hoje: (Parque do Ibirapuera)
16h Leroy Jones e Topsy Chapman
17h30 Wanda Rouzan
19h Trombone Shorty Orelans Avenue

Terça: 
(Bourbon Street Festival)
21h Leroy Jones e Topsy Chapman
22h30 Trombone Shorty Orleans Avenue 


Quarta:  (Bourbon Street Festival)
21h Wanda Rouzan
22h30 The Soul Rebels


Quinta:  (Bourbon Street Festival)
22h Wanda Rouzan 

23h Honey Island Swamp Band

Sexta: (Bourbon Street Festival)
21h30 Bourbon Street Jazz Quartet 
22h30 Leo Nocentelli e The Meters Experience
0h30 The Soul Rebels 


Sábado: (Bourbon Street Festival)
21h30 Bourbon Street Quartet
22h30 Honey Island Swamp Band

0h The Soul Rebels 

Domingo: (Bourbon Street)
16h Honey Island Swamp Band
17h30 Leo Nocentelli e The Meters Experience
19h The Soul Rebels


Parque do Ibirapuera 
Av. Pedro Álvares Cabral, s/n, portão 10

Bourbon Street 
R. dos Chanés, 127 - Moema  

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

8ª Mostra Mundo Árabe de Cinema mostra ao Brasil novas transformações no cenário árabe e desmitifica esteriótipos culturais




O Instituto de Cultura Árabe, o Sesc SP e o Centro Cultura Banco do Brasil promovem a "8 Mostra Árabe de Cinema. No CineSesc, de 15 a 22 de agosto, com entradas a R$8 (inteira) e no CCBB, de 21 de agosto a 1 de setembro com ingressos a R$4 (inteira)


Sombra de um Homem


São cerca de 20 títulos dos Emirados Árabes, Palestina, Argélia, Líbano, Egito, Marrocos, Kuwait, Qatar e Iraque, além de produções da Argentina e da Espanha. O evento tem curadoria de Soraya Smaili e Geraldo Adriano Godoy de Campos, diretor cultural do Instituto.


Cinco Câmeras Quebradas


Além dos filmes, a mostra conta com mesas de debate com cineastas e estudiosos do cinema árabe contemporâneo sobre a realidade política, social e cultural dos países árabes e a contribuição dessa cultura na formação da sociedade brasileira.

A mostra se divide em dois panoramas. Sessão Mundo Árabe, com a parceria da Casa Árabe da Espanha e festivais de cinema árabe. Vêm ao Brasil Emad Bornat, diretor de Cinco Câmeras Quebradas, indicado ao Oscar desse ano e Hanan Abdalla, diretora egípcia de À sombra de Um Homem.
Em Sessão Diálogos Árabe-Latinos serão exibidas produções brasileiras e latino-americanas e sua relação com os países árabes, por meio da influência trazida pela imigração. Parceria com CineFertil e Latin Arab International Film Festival (LAIFF - Buenos Aires), trará o produtor deste festival, Edgardo Bechara.

Normal (2011)


A 8° Mostra Mundo Árabe de Cinema mostra um panorama abrangente dos acontecimentos que circundam os países árabes, seus desejos por mudanças e pela reivenção social e política, com produção que foram realizadas durante o período das revoluções e que chamam a atenção do mundo todo. Com o minucioso olhar, os longas traçam cenários das ebulições socias e reflexões acerca do momento da Primavera Árabe. Como o documentário egípcio 52/25 (2013), de Ahmed Medhat, que compara o momento político de 1952 e 2011 no Egito, a revolução política, e os papeis da Irmandade Muçulmana e do conselho militar.

Depois da Batalha (2012)


Outra produção inédita é "À Sombra de Um Homem", documentário da diretora Hanan Abdalla em que quatro mulheres de diferentes origens culturais e gerações, durante as mudanças no Egito em revolução, refletem sobre sua busca para determinar seus próprios destinos. 
E ainda o palestino "5 Câmeras Quebradas", consagrado em diversos festivais do mundo, como o Sundance e o Festival de Jerusalém, e indicado ao Oscar de melhor documentário. Trata-se de um extraordinário trabalho de ativismo cinematográfico e político, um relato pessoal, em primeira mão, da resistência não-violenta na Palestina, feito por um agricultor palestino que comprou sua primeira câmera em 2005 e passou a usá-la como arma de protesto para tentar conservar suas terras contra o estabelecimento dos judeus israelenses. 


Fidai (2012)


Veja a programação completa:

 - CineSesc

 CCBB


terça-feira, 13 de agosto de 2013

A fé pela loucura




Camille Claudel (1864-1943) é uma escultora oriunda de uma família de artístas. Seu irmão mais novo, Paul, escritor e Louise, musicista. 
O filme Camille Claudel 1915 (2013), de Bruno Dumont, relata após o período de dois anos de internação, aos arredores de Avignon, de Camille (Juliette Binoche) após uma crise nervosa gerada pela separação da artísta com Auguste Rodin (1840-1917).




Bruno Dumont certamente bebeu da linha de Robert Bresson para produzir o filme, em uma espiral naturalista própria da inquietude da artísta de meia idade. Sem artifícios de sonoplastia contrastando mais a profusão da loucura pelos internos.
A sutileza de Dumont se dá a questão da fé diante de infernos criados por nós mesmos, o que distancia da versão de Bruno Nuytten, de 1988. Camille interna no manicômio, com principios claros de paranóia, adentra a fé como válvula de escape. A loucura é o inferno e a redenção da artísta, isto fica bem claro nas reações mais diversas que levam Camille a absorver esse mundo de loucura, como seu novo estado natural.




O ápice do filme é o relato de conquista de fé adquirido por Paul Claudel (Jean Luc Vicent) ao padre. A partir da leitura de Rimbaud, ele descobriu a fé por vias totalmente narcisistas, como se Deus fosse grato pelo seu novo fiel. Com a roupagem cientificista, Paul adquire a fé sem necessariamente acreditar em providências ou mesmo na figura de Deus em sua vida. No período que se trata do último respiro entre literatura e ciência, sua dialética pelo arcabouço da ciência, não permite que Camille, após o diagnóstico do médico do manicômio, em levá-la para a sua casa e viver novamente entre os homens.
Há uma certa ditadura no ramo da ciência roubada pelas artes em almejar uma arte interina racional. A loucura de Vicent Van Gogh se transformar em arte era impensável naquela situação em que se racionalizava a estética e na figura da fé, a íntima filosofia do eu, por muitas vezes associado a loucura, fazendo Camille ser excluída do meio artístico.

Ao contrário do longa, em sua biografia Paul Claudel se arrependeu de interná-la durante três décadas e o desenvolvimento de esquizofrenia durante esse tempo. Foi um dos maiores divulgadores da escultura de Camille, depois da morte da artísta.  





Camille Claudel 1915
Bruno Dumont
França, 2013