segunda-feira, 17 de junho de 2013

Deixa Comigo e a sintaxe da destruição




Mário Levrero (1904-2004) , escritor uruguaio, conhecido após o póstumo Um romance Luminoso em 2005, foi revenciado por César Aira, Roberto Bolaño e Rodolfo Fogwill.
Em seu romance Deixa Comigo, publicado nos anos 90 revela os tramites do fazer literário, o mercado editorial e o escritor. O protagonista recebe uma missão de procurar Juan Pérez, autor de um desconhecido manuscrito genialmente escrito em Penurias, cidade provinciana do Uruguai, mandado a editora sem remetente. Ganhará assim a recompensa de seu livro publicado. Protagonista tem 50 anos, é divorciado, acima do peso, fumante inveterado. Sua súbita verdade é se debruçar em sua literatura.
Deixa Comigo entra nos abissais da solidão, do que é verdade ou ficção e o processo da escrita. Pautados em relatos ensaios e memórias, um de ``los raros´´ escritores uruguaios como José Pedro Díaz, Felisberto Hernández e Armonía Somers.




Sua trama dilacerante e diálogos furiosos.`` Um Georges Perec cisplatino´´ como diz no posfácio, Heber Haviolo. Seu interesse foi despertado depois do Nobel de Vargas Llosa , assim como toda a ``nova´´ literatura latino americana. Compulsivo pela literatura barata, como romances policiais, criou uma literatura muito peculiar até mesmo aos moldes libertários de escrita de Roberto Bolaño, como La Ciudad e El Lugar. E seu fascínio por Franz Kafka, cujo romance de estreia fora uma tradução a sui generis do autor tcheco para o uruguaio. Suas múltiplas funções na escrita incluiu escrever um Manual de Parapsicologia, que influenciou sua fase final da carreira de escritor, como o romance La Novela Luminosa.
O romance faz parte da coleção Otra Língua, da editora Rocco, organizada por Joca Reiners Terron, autor de Sonho Interrompido Por Guilhotina.

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