Devemos em meio a crise existencial ou política, ater-nos em sentimentos alheios? Julgar as formas do monstro que nos domína em momentos de angústia?
O filme A Bela que Dorme (2012), de Marco Bellocchio adentra no tema da eutanásia, Estado Moderno e religião.
A formação de um povo unido em prol da defesa da paciente Eleonora Eglaro (caso real), em estado vegetativo por 17 anos após acidente de carro, e o direito de seu pai em suprimir a dor de sua filha. Mas o caso pouco é elucidado, já que a trama acerca quem indiretamente está em jogo por ela. É sem dúvida uma sagaz metáfora do sentimentos de revolta pairando sobre o aspecto político e sentimental de uma Itália de Silvio Berlusconi e de uma europa sem futuro.
O Senador Toni Servillo (Uliano Beffardi) tem crise após questionar sua serventia do partido em ter que discordar com a sua concepção sobre Eleonora. Servillo tem Lucy, sua filha ativista dos direitos humanos, que estranhamente se envolve com um jovem a favor da eutanásia. A beata (Isabelle Huppert), atriz, abdicou de tudo para ter sua filha acordada do coma, levando a um levante católico que pouco condiz com a sua pessoa, deixando marido e filho desamparados. Uma viciada em narcóticos entra em coma devido a um suicídio mal sucedido. Desolada da vida encontra um médico que a ampara.
O tema caudaloso da eutanásia muito ou pouco é trazido para as discussões populares. Claro que Bellocchio não adentrará na discussão entre direito e medicina. É sutil como artista. Crê nas infinitas possibilidades de crermos em amor e vida, quando o assunto relaciona-se ao livre arbítrio. O povo clamando a salvação de Eglaro é um estopim do Estado Moderno outorgar o que deve-se fazer com vidas tão frágeis, já que sequer combatem a crise econômica que assola a europa, assim como o desgaste social que o corte de direitos é dado a população.
No affair de Lucy e Roberto, o rapaz que defendia a eutanásia, Lucy viu em seu protetorado ao irmão, um aspecto de benevolência, que em sua concepção não existia em defesas a morte do paciente. Um rapaz integro, correto que defendia o direito a morte dos pacientes de acordo com a família. Quem seria capaz de julgar?
A beata nada mais é do que o fanatismo que cerca a religião católica pautados na providência divina frente a desgraça, nunca sem ela. A viciada, por descrer em um mundo que a ame, não teve a coragem de pular da janela, pois o médico, que representa a função única de salvar, como pulsão inerente ao homem, ela entende que haja algum um aspecto natural no que se diz respeito a vida.
Bela é a esperança que no meandro do sono, não revela seu futuro. Viverá esta dormindo ou sucumbirá nos braços de quem espera e julga.
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