Clara, (Betty Dorgan) uma senhora de classe alta paulistana, preocupada com os bons costumes da burguesia, como lar e família. O anúncio de um sequestro relâmpago, supostamente a sua filha, irá levá-la ao Rio de Janeiro em 12 horas de muita angústia e descobrimentos.
Nascido como um telefilme da TV Cultura, com o nome de Para aceitá-la continue na linha, Chamada a cobrar (2012) é um belo excerto da crônica urbana, a pulsão de descobrimento do avesso das classes, outorgadas a conviverem quase que de propósito.
As doses de realismo das cenas entre Clara e o bandido foram devido ao método de direção de Muylaert, fazendo com que os dois nunca viessem a se ver pessoalmente, unicamente por telefone, na gravação das cenas. Os testes para a escolha de Betty Dorgan incluiram um falso sequestro egendrado pela assistente de Muylaert e depois o teste reconhecimento de Pierre Santos, o suposto sequestrador.

Aceitar o teatrinho do sequestrador muitas vezes é aceitar inconscientemente os dramas mais profusos da vida em sociedades contemporâneas chatas e submissas. A felicidade somou-se ao aprendizado e reflexão quando a mãe e as filhas se reencontram.
Sociedade essa em que nós vivemos, que em seu cerne duro, traz esse ranço de arrependimento e exaspera por sermos chacoalhados, para não cairmos no cotidiano.
Confira o trailer:
Nenhum comentário:
Postar um comentário