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O Galo Gaulês II |
Seus affairs com Mussolini e Marcel Duchamp e Mondrian, delegaram a fama que traz essa grande artísta. Seu ápice artístico e fama se concretiza nos Estados Unidos, na década de 40, quando morava com seu marido Carlos Martins, o embaixador do Brasil em Washington.
Sua terceira mostra individual na Vallentine Gallery, em Nova York em 1943 foi o seu marco como artísta.
A brasilidade difere dos demais surrealistas pela sua verve tropical, amplamente dotada de traços da natureza e do fantástico, enraizado pela mítica das personagens do folclore amazonense.
Compunha o grande grupo dos surrealistas radicados no Estados Unidos, como Duchamp, Max Ernst e André Breton.
Com curadoria de Veronica Stigger, grande estudiosa de Martins, a exposição Maria Martins: metamorfoses, no MAM, em São Paulo a partir do dia 10 de julho. Abrangendo não somente sua arte na escultura, a mostra traz pinturas, gravuras e escritos da artísta. A tentativa é torná-la mais conhecida no Brasil. Ano passado na Alemanha, teve destaque no Documenta, em Kassel. Em outubro suas obras estarão em Oslo no museu Astrup Fearnley.
A crítica hoje aceita melhor as obras de Martins, chamado na época de rococó assustador. Obras suas como O Impossível, talvez seu trabalho mais conhecido, traz à tona a aproximação entre corpos feminino e masculino, dotados de garras, impossibilitados de se encontrar para uma relação amorosa, tornando-a uma perene cópula assassina.
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O impossível |
Os destaques da mostra são dois de seus oito personagens mito da representação da Amazônia, mostra feita em 1943, Amazônia e Boiúna, juntamente com 5 artigos de sua autoria para o Correio da Manhã na década de 60 reunidos sob o título de Poeira da Vida, extraídos na Biblioteca Nacional.
Dividida em Trópicos, mostra sua fase inicial mostrando que desde seu ápice em 43, temas brasileiros apareciam em suas obras, mas ainda tinha contornos leves e formas convencionais, como Samba e Yemenjá, este já unindo reino vegetal ao espectro humano.
Lianas adentra em um conjunto de esculturas, em formas enredadas, uma marca de sua autoria, como a fusão do homem e galhos flexíveis e cipós.
Deusas e Monstros ocorre a transformação do homem. O impossível é o mote dessa fase. Cantos, se pauta em Assim falou Zaratustra, de Nietzsche, e sua admiração pelos cantos de Zaratustra. Evoca contornos como a voz, em formas mais abstrata e indefinidas.
Esqueletos se voltou a formas orgânicas, tendendo para a forma do esqueleto em confronto com suas formas mais tradicionais, sua utopia de forma final.
Maria Martins: Metamorfoses
10/07 a 15/09
MAM (pq. Ibirapuera, portão 3)
R$6

Maria
Cosac Naify
Textos: Dawn Ades, Francis M. Naumann, José Rezende, Veronica Stigger
Organização: Charles Cosac
Ensaios Fotográficos: Vicente de Mello
336 pág.
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