quarta-feira, 24 de julho de 2013

Em meio ao caso Trayvon, CCBB traz mostra do pioneiro do cinema negro



Estreia hoje, dia 24 a mostra Oscar Micheux: O Cinema Negro e a Segregação Racial, no CCBB São Paulo.
Essa mostra contará com a exibição de The Homesteader (1919), o primeiro longa assinado e produzido por um negro americano. Oscar Micheux (1884-1955) foi pioneiro em produzir muitos filmes, cerca de 44 longas, únicamente com o espectro de visão negro, ante ao segregacionismo a política inquisitora contra a comunidade negra e o modo de vida dos negros nessa época cuja proteção política e constitucional inexistia, criando não filmes simples de negros, mas incríveis tramas de personagens complexas e profundas.


Filhos Adotivos de Deus (1938)
É imprescindível a marca de Micheux como contraponto à caricaturas do cinema branco americano, como David W. Griffith em O Nascimento de Uma Nação e Alan Crosland no primeiro filme falado da história, O Cantor de Jazz. Seu cinema como peça política é necessária até como documento de comportamento da sociedade americana. 
Coincidência ou não, em meio a turbulência do caso Trayvon no EUA, a mostra percorrerá em 27 longas, muitos desconhecidos até para os cinéfilos como O Exílio (1931), que adentra em um amor impossível em Chicago, devido ao vício de jogo de Edith. Jean então volta para a Dakota do Sul para prosperar como fazendeiro, mas a culpa o faz procurar Edith em meio ao submundo do vício.
Em Filhos Adotivos de Deus (1938), remete ao clássico de Douglas Sirk. Naomi, uma menina negra, se faz passar como branca rejeitando suas raízes. Micheux não vitima a condição da jovem, mas critica a sua submissão ao racismo, em negar sua mãe para ser aceita no mundo branco.


O Exílio (1931)


Mostra Oscar Micheux: O Cinema Negro e a Segregação Racial
CCBB-SP (R.Álvares Penteado, 112 - Centro)
$4
De 24 de Julho a 5 de Agosto

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